Dados compilados pelo Banco de Moçambique (BM) e, recentemente, publicados em Balança de Pagamentos (BoP), referentes ao exercício económico de 2018, indicam que, naquele ano, as importações totais de bens situaram-se em 6,168.7 milhões de USD, um acréscimo de 18.1 por cento, em comparação com o ano anterior, sendo que as grandes contribuições foram para os bens de consumo (33.2 por cento), bens intermédios (30.3 por cento), bens de capital – maquinaria, equipamentos (29.7 por cento) e outros produtos (6.8 por cento).
A nível dos bens de consumo que, de acordo com a BoP, o crescimento foi de 28.1 por cento, para 1,435.8 milhões de USD, o destaque vai para o aumento da importação de automóveis em 86.9 por cento, para além do arroz (20 por cento), trigo (40.1 por cento) e óleo alimentar (49.3 por cento).
“No que tange aos bens intermédios, a factura de importação situou-se em 2,296.7 milhões de USD, mais 14.2 por cento, em relação a 2017, salientando-se os combustíveis, cuja factura cresceu em 24.9 por cento, o que é explicado pela subida do preço médio internacional e do volume importado”, lê-se na BoP.
A fonte observou que, no ano passado, houve queda da importação de energia eléctrica em 32.8 por cento que, conforme justifica, pode estar aliada ao aumento da capacidade interna de produção, sobretudo, com a instalação de centrais térmicas a gás.
Quanto aos bens de capital, o documento do BM explica que a dinâmica continua a ser sustentada, maioritariamente, pelos Grandes Projectos (GP), com particular enfoque para a área de exploração de recursos naturais.
“Com efeito, esta categoria de bens registou um acréscimo de 35 por cento, para 1,083.6 milhões de USD, dos quais cerca de 97 por cento diz respeito à compra de maquinaria diversa e os restantes 3.2 por cento à aquisição de tractores e semi-reboques, maioritariamente, para o sector tradicional”, acrescenta a fonte.
Em termos de aumentos, as importações dos GP, neste período, incrementaram, de acordo com a BoP, em 74.2 por cento, para 1,276.5 milhões de USD, dos quais, 50.5 por cento da indústria transformadora, 32.9 por cento do sector de exploração de gás natural, 14.1 por cento das empresas que exploram o carvão mineral e 2.5 por cento das areias pesadas e energia.
Das principais origens das importações, o BM diz, no relatório, que a África do Sul manteve a posição de maior parceiro de Moçambique, no que diz respeito às importações, com um peso de 26.1 por cento sobre o total, seguido da China (11.7 por cento), Emirados Árabes Unidos e Países Baixos (7.6 por cento), Índia (7.2 por cento), Singapura (4 por cento) e Portugal (3.4 por cento). (Evaristo Chilingue)