O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, encontraram-se, este domingo (30 de Junho), na zona desmilitarizada coreana (DMZ, na sigla em inglês). Aceitando o convite de Kim, às 15h46 locais (7h46 em Portugal Continental e 8h46, em Moçambique), Trump deu um passo simbólico e tornou-se o primeiro chefe de Estado norte-americano em funções a pisar solo da Coreia do Norte.
Os dois líderes acordaram retomar as negociações bilaterais sobre o desmantelamento do programa nuclear e de armamento do regime norte-coreano e Trump convidou Kim a visitar os EUA “quando for a altura certa”.
“Foi feita história”, disse Donald Trump, numa declaração aos jornalistas, ao lado de Kim Jong-un. Já o líder do regime norte-coreano declarou que este é um “novo presente” nas relações entre os dois territórios. Momentos depois, Trump, Kim Jong-un e o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, tiveram uma inédita reunião a três.
“Quero apenas dizer que tenho uma grande honra em fazê-lo [pisar solo norte-coreano]”, afirmou Trump. “Passar esta linha é uma grande honra, grandes progressos foram alcançados, grandes amizades foram feitas e esta tem sido, em particular, uma grande amizade.”
A DMZ foi estabelecida ao longo da fronteira entre as duas Coreias, na sequência do armistício que suspendeu a guerra coreana de 1950-53.
“Acredito que ao encontrarmo-nos aqui, que é um símbolo de divisão, ao se encontrarem aqui dois países que têm um passado hostil, estamos a demonstrar ao mundo que temos um novo presente”, referiu, por seu lado, o líder norte-coreano.
Antes, ainda antes de Trump passar a linha de demarcação militar que separa as duas Coreias, Kim disse, em inglês: “É bom revê-lo.” E acrescentou que nunca esperara ver o Presidente dos Estados Unidos “neste sítio”.
Sublinhando o aspecto inédito deste momento, durante uma conferência de imprensa com Kim Jong-un, Trump afirmou: “Estamos a ouvir esta voz [a de Kim], ninguém ouve esta voz, ele não faz conferências de imprensa.”
“Gostámos um do outro desde o primeiro dia”
Segundo o Guardian, os dois líderes insistiram na ideia de que este é um momento “histórico”, condenando os que criticam a falta de resultados dos encontros anteriores (a cimeira histórica de Singapura, em Junho de 2018, e o encontro de Hanoi, no Vietname, em Fevereiro passado).
Trump anunciou que os dois países vão mobilizar novas equipas de negociadores para discutir o programa nuclear norte-coreano.
Questionado pelos jornalistas se acreditava que os anteriores negociadores da Coreia do Norte estavam vivos, respondeu: “Penso que sim... Sei que um está vivo.”
O Presidente dos EUA agradeceu a Kim por estar disponível para este encontro, garantindo que só no sábado (29 de Junho) lhe telefonou (Trump está na região, devido à cimeira do G20, em Osaca, Japão).
Antes, Trump tinha usado o Twitter para fazer a mesma sugestão. Uma informação corroborada por Kim Jong-un.
O presidente norte-americano voltou a afirmar diferenças face à anterior Administração norte-americana, liderada por Barack Obama. E realçou a importância dos laços pessoais que diz ter com Kim: “Encontrámo-nos e gostámos um do outro desde o primeiro dia, e isso é muito importante.” (Público.pt)