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quarta-feira, 29 janeiro 2025 07:14

Banco Central podia tomar outras medidas para além de reduzir reservas obrigatórias – CTA

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A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) congratulou, esta terça-feira (28), o Banco de Moçambique pela recente decisão de reduzir as Reservas Obrigatórias em moeda nacional, de 39,0% para 29,0%, e em moeda estrangeira, de 39,50% para 29,50%, visando disponibilizar mais liquidez para apoiar a economia na reposição da capacidade produtiva e da oferta de bens e serviços. O Banco Central reduziu igualmente a taxa MIMO de 12,75% para 12,25%.

 

Contudo, a CTA entende que o BM podia tomar mais medidas para uma melhor retoma da economia após abalo das manifestações pós-eleitorais ocorridas nos últimos três meses de 2024. Além das referidas medidas, a CTA diz que podia, igualmente, retomar, temporariamente, a disponibilização de divisas ao mercado numa porção, por exemplo, igual a 50% das facturas de importação dos combustíveis.

 

Em conferência de imprensa, o empresário e membro da CTA Paulo Oliveira afirmou que, com a decisão do CMPO em reduzir o coeficiente de Reservas Obrigatórias, sem dúvida que haverá liberação de liquidez para o sistema. Não há dúvidas que a liquidez em moeda estrangeira poderá apoiar no alívio das necessidades das empresas que têm vindo a acumular necessidades de divisas para importação não satisfeitas no mercado.

 

“Em junho de 2024, a CTA tinha estimado estas necessidades não satisfeitas, numa média de 410 milhões de USD. Actualmente, no mercado temos muitas empresas com facturas de importação não pagas há mais de nove meses e com os respectivos termos de compromissos em aberto. Estes constrangimentos de liquidez em moeda estrangeira poderão afectar o processo de importação de equipamentos e acessórios das empresas afectadas pelas manifestações pós-eleitorais, atrasando, assim, a retoma das actividades produtivas pelas mesmas”, explicou o empresário.

 

Nesse contexto, Oliveira reiterou que a decisão de redução do coeficiente de Reservas Obrigatórias em moeda estrangeira deve ser reforçada com mais reduções e intervenções no Mercado Cambial Interbancário, disponibilizando divisas. Adicionalmente, o empresário desafiou o Banco de Moçambique a refrear o processo de compra de divisas no mercado para não sufocar, ainda mais, as fontes já limitadas.

 

“Com a decisão de redução do coeficiente de Reservas Obrigatórias em moeda doméstica, o Metical vai alargar mais a liquidez. Com mais liquidez no mercado, isso pode favorecer a um maior endividamento público no sistema através dos Bilhetes de Tesouro. Definitivamente, as medidas precisam de ser combinadas e reforçadas com a rápida introdução do Fundo de Garantia Mutuária e, a médio e longo prazos, pela reforma do quadro de política monetária”, acrescentou o empresário. (E. Chilingue)

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