Depois da conclusão das obras de reabilitação, expansão e modernização, o Porto de Nacala atingiu em meados de Dezembro de 2024 um marco histórico ao manusear 1.4 milhões de toneladas correspondentes a 100 mil contentores de 20 pés (TEUs, sigla em Inglês), apesar dos efeitos das manifestações. No ano anterior, o porto manuseou 1.3 milhões de toneladas de mercadorias diversas. Os dados foram facultados pelo Director Executivo Norte da Empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), Augusto Abudo.
O volume de carga manuseada é referente à importação, exportação e em trânsito de e para os países vizinhos, incluindo para novos mercados europeus, asiáticos, do Médio-Oriente e das Américas. “Em meados de Dezembro de 2024, atingimos pela primeira vez um marco histórico de 100, 000 TEUs manuseados (embarque e desembarque). Este é um máximo histórico que se verifica no manuseamento de contentores pelo Porto de Nacala”, afirmou Abudo.
A totalidade destes TEUs foi, segundo Abudo, transportado em 124 navios. Com efeito, o gestor enfatizou que o alcance desta produção histórica representa o cumprimento em quase 100% daquilo que foi o plano para 2024 (de manusear 102 mil TEUs) e da produção anual dos três terminais, nomeadamente, de contentor, de carga geral e de granéis líquidos, que compõem o complexo ferro-portuário de Nacala.
Assim, no período de Janeiro a meados de Dezembro de 2024, o Porto de Nacala registou uma realização global de 95,8%. Em relação aos produtos, o Director Executivo do CFM Norte revelou que o Porto de Nacala manuseou em 2024 mercadoria diversa, com destaque para gergelim, sisal, algodão, feijões, grafite, pedras semi-preciosas, incluindo sucata e folhas de eucaliptos de e para países europeus, do Médio Oriente, Ásia e da América.
Para 2025, o porto prevê manusear 115,100 TEUs, correspondentes a 1,8 milhões de toneladas. Segundo Abudo, o sucesso das operações ferro-portuárias em Nacala teve em conta vários factores, com particular enfoque na conclusão das obras de modernização e ampliação do terminal de contentores, aumento da capacidade de atracagem de navios, cujo cais possui 400 metros de comprimento e 14 metros de profundidade, aquisição de dois novos e modernos rebocadores e um barco piloto para atracação de navios.
Para além destes factores, a modernização e ampliação da infra-estrutura, classificada economicamente como o “coração” da província de Nampula, no norte de Moçambique, abriu também novos mercados do Médio Oriente, Ásia, Europa e América.
“Aliado a esta posição geoestratégica, está o facto de o porto ter uma baía natural protegida e, mais ainda, ter profundidades naturais vantajosas. O canal de acesso é de cerca de 60 metros de profundidade e 800 metros de largura. Portanto, isso quer dizer que não tem qualquer limitação para receber navios 24 horas ao dia”, destacou o gestor.
O Porto de Nacala, que iniciou as suas funções em 1951, é crucial para o escoamento das exportações assim como para a importação de cereais, fertilizantes, combustíveis, medicamentos e equipamentos de diversa natureza para suprir as necessidades de consumo dos países da região, particularmente de Moçambique, Malawi e Zâmbia. (Carta)