O Gás Natural Liquefeito (GNL) que está a ser extraído na Área 4 da Bacia do Rovuma pela empresa italiana ENI e parceiros já está a ser exportado, anunciou ontem o Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, numa comunicação à nação.

“Hoje Moçambique entra para os anais da história mundial como um dos países exportadores de gás natural liquefeito que, além de representar uma fonte alternativa de fornecimento, contribui em larga medida para a segurança energética nos países de maior consumo”, afirmou Nyusi. 

Para o PR, a realização da primeira exportação de GNL produzido pela plataforma flutuante Coral Sul FLNG é sinal de que Moçambique oferece um ambiente estável, transparente e previsível para a realização de investimentos multimilionários, onde sobressalta a alta tecnologia com o intuito de monetizar recursos numa fase de transição energética, o que enche de orgulho a todos os moçambicanos.

Durante a comunicação, o Chefe de Estado afirmou que as exportações de GNL irão contribuir no encaixe de receitas fiscais para os cofres do Estado. “Adicionalmente é importante salientar os efeitos sobre o equilíbrio externo pelo canal das exportações. A melhoria das contas públicas pela arrecadação de receitas fiscais por via de imposto sobre a produção, partilha de lucros e de tributação normal em sede do IRPC [Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas] assim como na apropriação de uma tecnologia moderna por moçambicanos formados ao longo das várias fases da construção da plataforma flutuante”, disse o PR.

Dados constantes do Orçamento do Estado de 2022 prevêem receitas avaliadas em 34 milhões de USD para este ano. No seu discurso, Nyusi não precisou as quantidades e destino do Gás Natural Liquefeito, mas disse que o primeiro carregamento foi feito por um navio britânico.

O Coral Sul é o primeiro projecto a colocar em produção recursos consideráveis de gás natural da Bacia do Rovuma, norte da província de Cabo Delgado. Este Projecto vai produzir e liquefazer 3.37 MTPA (milhões de toneladas por ano) de gás natural, usando os recursos provenientes do reservatório Coral Sul. Avaliado em 7 biliões de USD, o Coral Sul é operado pela Eni Rovuma Basin em nome dos parceiros da Área 4, nomeadamente a Eni, ExxonMobil, CNPC, Galp, KOGAS e Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, braço empresarial do Estado no negócio de hidrocarbonetos. (Evaristo Chilingue)