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quarta-feira, 24 agosto 2022 06:39

Greve geral na África do Sul contra o custo de vida

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O Congresso dos Sindicatos da África do Sul (COSATU) e a Federação dos Sindicatos da África do Sul (SAFTU) puseram de lado as suas diferenças e marcaram para hoje, quarta-feira (24), uma greve nacional contra o aumento do custo de vida no país, influenciado pelo crescente desemprego, bem como o contínuo aumento dos preços dos bens e serviços, em particular, os combustíveis e energia. As federações sindicais pediram a todos os trabalhadores que façam greve, numa acção de protesto planeada para a maioria das províncias, com milhares de pessoas esperadas para participar de marchas pedindo intervenção do governo na crise do custo de vida.

 

Em declarações à SABC, o porta-voz da COSATU, Sizwe Pamla, disse que a greve está legalmente autorizada, tendo os sindicatos recebido os documentos necessários para os protestos. Ele disse que os membros do sindicato se envolveram em acções de protesto em todo o país nas últimas semanas, mas hoje haverá uma greve em todas as nove províncias. Pamla acrescentou ainda que todos os trabalhadores participarão, mas convidou os sul-africanos em geral a participar.

 

Os sindicatos estão a procurar especificamente expressar a sua raiva e frustração com o aumento do custo de vida e a falta da acção do governo para lidar com as questões levantadas diariamente pela população.

 

O porta-voz da COSATU referiu que os problemas não são novos e muitas rondas foram realizadas e políticas endossadas para resolvê-los, mas não houve nenhuma acção do governo para dar seguimento. “Temos soluções, mas ao nível do governo há falta de vontade ou falta de capacidade e é aí que está o problema e é preciso pressionar o governo para que tome medidas”, considerou.

 

Acrescentou que a COSATU se engaja e concorda com o ANC em muitas políticas, mas quando se trata de execução, isso está nas mãos do governo. “Estamos todos cientes das falhas do governo do ANC. Como parte da aliança, precisamos de ser realistas quando se trata de algumas questões. O ANC está realmente a falhar em relação aos problemas económicos, em especial o desemprego”, observou Pamla, sublinhando, porém, que na frente política o ANC fez algumas coisas louváveis, com destaque no Salário Mínimo Nacional, o progresso na educação, o esquema de Seguro Nacional de Saúde, dando aos trabalhadores acesso a poupanças de aposentação.

 

“Então, estamos a trabalhar com o ANC em muitas políticas que beneficiam os trabalhadores, mas não deixamos de lado os fracassos espectaculares e a má administração da economia. Este é o preço que você paga por estar numa aliança”, disse Pamla.

 

Por fim, o porta-voz da COSATU lembrou que o ANC enfrenta a sua eleição mais difícil em 2024, observando que o partido passou de uma maioria confortável, para um cenário em que não tem mesmo certeza de obter um mandato de 50 + 1% para governar. (Carta)

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