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sexta-feira, 06 novembro 2020 05:21

Mocímboa da Praia nas mãos de insurgentes e cenário geral "grave" – relatório parlamentar

As Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas descrevem como "grave" a situação em Cabo Delgado (norte), assinalando que o porto e o aeroporto de Mocímboa da Praia continuam nas mãos dos grupos armados, refere um relatório parlamentar.

 

O Comando Conjunto das FDS fez a descrição da situação em Cabo Delgado num encontro com a Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legalidade (CACDHL) da Assembleia da República (AR) de Moçambique.O encontro decorreu no âmbito da investigação que a 1ª Comissão da AR realizou sobre o impacto da violência armada nas regiões norte e centro do país.

 

No relatório da "averiguação" entregue à presidente da AR, Esperança Bias, aquela entidade refere que o Comando Conjunto das FDS deu conta de uma "situação grave" nos distritos afetados pela ação de grupos armados na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.

 

"Em termos de segurança de pessoas e bens do Estado e de particulares, a situação é grave, devido aos ataques terroristas que se verificam nos distritos do nordeste e centro da província", lê-se no relatório.

 

O porto e o aeroporto de Mocímboa da Praia estão nas mãos dos grupos armados, desde o assalto do dia 23 de março, o que é motivo de "preocupação" para as FDS, avança o documento. "Neste momento, há a preocupação do Comando Conjunto pelo facto de o distrito de Mocímboa da Praia estar nas mãos dos terroristas, sobretudo o porto e aeroporto", diz a 1ª Comissão do parlamento moçambicano.

 

Após o ataque a Mocímboa da Praia, os grupos armados realizaram incursões nos distritos de Muidumbe, Macomia, Quissanga, Nangade e Ibo, referiu ainda o Comando Conjunto no encontro com os deputados. As FDS assinalaram ainda que todos os seis distritos atingidos pela violência ficaram sem energia elétrica, na sequência da destruição pelos grupos armados da subestação de Awasse.

 

"As Forças de Defesa e Segurança desdobram-se em esforços para revertem aquela grave situação em toda a extensão no centro e nordeste de Cabo Delgado", refere o documento.

 

Sobre as alegadas violações de direitos humanos pelas forças governamentais, o Comando Conjunto acusou os grupos armados de "falsificação de vídeos através da sofisticação de tecnologias de informação e comunicação", mostrando membros das FDS a infligir abusos a civis nas áreas de conflito em Cabo Delgado. O relatório da 1ª Comissão foi entregue à presidente da AR e depois seguirá para a plenária do parlamento para debate a aprovação. (Lusa)

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