Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

quinta-feira, 27 dezembro 2018 03:06

Esforços do governo gorados em Cabo Delgado

Os esforços do governo provincial de Cabo Delgado têm sido reduzidos ao fracasso sempre que este procura dar resposta à situação de vulnerabilidade que algumas famílias dos distritos de Macomia, Palma, Mocímboa da Praia e Nangade enfrentam, desde que tiveram início os ataques protagonizados por homens armados, há quase 14 meses. 

Este status quo deriva do facto de que, todas as acções levadas a cabo  tendentes a minimizar problemas como falta de alimentação, roupa e outros bens, vêm-se goradas dado o recrudescer dos referidos ataques – alguns dos quais acontecem muito próximo das posições das Forças de Defesa e Segurança, como foi o caso daquele que ocorreu recentemente em Chitolo, no distrito de Macomia, a 18 de Dezembro, numa altura em que o governador provincial, Júlio Parruque, se encontrava na sede distrital a caminho de Naúnde, onde foi oferecer chapas de zinco para a cobertura de casas em reconstrução. Se, por um lado, o executivo de Cabo Delgado e seus parceiros (como é Programa Mundial para a Alimentação, PMA, por exemplo) disponibilizam algum apoio às famílias afectadas, por outro, quase que diariamente se vão registando novos ataques, o que faz abortar tais esforços.

 


Casas e diversos bens das populações – adquiridos após longos anos de sacrifício – estão a ser reduzidos a cinzas devido à acção dos atacantes. Como consequência desta situação, muitas famílias já se deslocaram para outras vilas circunvizinhas. Há quem pense mesmo que, nos próximos tempos, a província corra o risco de apresentar aldeias abandonadas, numa altura em que o país se encontra em vésperas de fazer face a um ano eleitoral.

 

Populares ouvidos pela “Carta”, nos distritos de Mocímboa da Praia e Macomia, defendem que o governo, para além de instalar postos de recenseamento nas diversas aldeias, deveria igualmente reforçar a segurança das famílias, através do envio de mais efectivos. Os nossos entrevistados são da opinião de que há um grande número de pessoas que não estarão em condições de percorrer entre cinco e dez quilómetros apenas para se recensearem, enquanto este estado de coisas prevalecer, devido ao medo de serem atacadas, decapitadas e/ou raptadas. (Saíde Abibo)

Sir Motors

Ler 1885 vezes