A captura provocou uma enchente. Homens, mulheres e crianças, debaixo de uma chuva miudinha, deslocaram-se ao comando, saindo dos arredores para matar curiosidade. Há quem em Palma garantiu à “Carta” que os capturados não são parte integrante da rebeldia. Trata-se de cidadãos do bairro Incularino, que se haviam feito ao mato para atividades de caça e outras ligadas à sua subsistência. A sua captura terá tido origem nisto: na terça-feira, numa das machambas da aldeia Malamba, um homem que preparava um campo de produção foi raptado e morto, pelo que os restantes membros da família decidiram fazer caça ao homem para encontrar os autores.
Ontem, o líder comunitário do bairro de Incularino, arredores de Palma, de nome Ali Nkule, foi visto no comando da PRM de Palma, para onde foi chamado para identificar os capturados. Fontes de “Carta” disseram que os homens capturados, antes de irem ao mato, avisaram as autoridades, mas estas desaconselharam. Eles insistiram. Na altura em que os homens estiveram no mato, algumas aldeias perto de Palma estavam a ser atacadas, como reportamos ontem. Isso levantou suspeitas sobre eles.
Na noite anterior, famílias residentes em alguns bairros da vila de Palma dormiram amedrontadas, tudo porque por volta das 20 horas foram avistadas gigantescas chamas de fogo na região de Miando, via do posto administrativo de Quionga. Ontem em Palma circulou a informação de que um “sheik” local, de nome é Abdremane Alide, foi capturado na aldeia Ling'alan'gala, na província de Mtwara, na Tanzania, acusado de pertencer ao grupo dos insurgentes. O religioso, que tem habitualmente viajado àquele país vizinho, serve numa madrassa com mais de 20 alunos, localizada no bairro Muaha. Ontem à tarde a família do Sheik desconhecia por completo o paradeiro do religioso. (Carta)