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terça-feira, 17 dezembro 2019 05:55

Populares "expulsam" militares de aldeias atacadas em Muidumbe

O distrito de Muidumbe, na província de Cabo Delgado, vive momentos de grandes contradições.


É assim: no último domingo, as populações das aldeias de Chitunda e Namacande decidiram “expulsar” membros das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) que ali se encontravam, por alegada inoperância.


Porém, logo na madrugada seguinte (de segunda-feira portanto), a aldeia de Chitunda foi atacada, supostamente por insurgentes – facto que leva algumas pessoas a insinuarem que terá havido uma retaliação.

 

Três vídeos amadores foram partilhados nas redes sociais, na manhã desta segunda-feira, ilustrando populares a gritarem “vão embora”, nas línguas portuguesa e local (Cimakonde) para um grupo de membros das FADM. Os manifestantes empunhavam flechas, paus, catanas e outros instrumentos contundentes, seguindo um grupo de mais de 10 militares.

 

“Você é alshabab!... Bate!” eram algumas palavras que se ouviam dos manifestantes. Segundo o que “Carta” apurou, a dita expulsão deveu-se aos ataques ocorridos nas aldeias vizinhas de Litapata e Malangonha, na passada sexta-feira, que resultaram na morte de três pessoas e incêndio de diversos bens.

 

De acordo com as fontes, após esses episódios, as Forças de Defesa e Segurança (FDS) enviaram uma equipa para a aldeia de Namacande, Sede do distrito de Muidumbe, porém, a população manifestou-se contra, supostamente porque os militares não retaliaram os referidos ataques.

 

À “Carta”, as fontes afirmaram que a população diz confiar em si própria, pois, no seu entender, todos os locais, para onde as FDS foram destacadas foram alvos de ataque. Assim, asseguram as fontes, a população entendeu que deveria lutar pelos seus próprios meios contra os malfeitores.

 

Durante a “manifestação” em Chitunda, uma pessoa perdeu a vida e outras duas ficaram feridas, em resultado da confusão instalada no local, após os militares disparem para o ar, de modo a dispersar os populares.

 

Entretanto, como já fizemos alusão acima, horas depois da expulsão dos militares, a aldeia Chitunda foi alvo de um ataque, supostamente protagonizado por insurgentes. Durante a incursão, contam as nossas fontes, os insurgentes queimaram um número considerável de casas e barracas de alguns comerciantes locais. Não houve registo de vítimas humanas, apenas materiais. (Carta)

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