Jasmine Opperman, especialista sul-africana em questões de terrorismo, é citada como tendo dito que este episódio “revela uma acelaração na sofisticação e ousadia dos ataques que estão também a aumentar em número”. “Só este mês já foram registado 25 ataques”, escreve o diário londrino. Reporta-se que 10 mercenários russos foram mortos desde a chegada do grupo de cerca de 200, há três meses. Houve notícias de ofensivas de mercenários contra bases dos rebeldes, mas também de russos que terão sido mortos e decapitados pelos rebeldes.
Numa outra reportagem, o jornal russo Moscow Times confirma que os mercenários têm estado a deparar com dificuldades devido à falta de infra estruturas e ao facto de os combatentes russos não estarem habituados ao tipo de terreno em que os rebeldes actuam.
O jornal cita um especialista militar não identificado como tendo dito que devido ao mato denso do local das operacões “todo o equipamento de alta tecnologia que o grupo Wagner trouxe deixa de ser efectivo”. “Os russo chegaram com drones que não podem utilizar”, afirma a mesma fonte.
O Moscow Times cita duas fontes das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique como tendo confirmado crescentes tensões com os mercenários do grupo Wagner “depois do falhanço de várias operações militares”, que “levaram a uma quebra de confiança nas forças de defesa moçambicanas”. “As patrulhas conjuntas praticamente acabaram”, garante uma dessas fontes citada pelo jornal russo.
O Moscow Times revela,por outro lado, que duas outras companhias tinham sido contactadas para fornecer forças militares antes de Moçambique se decidir pela Wagner. As organizações contactadas foram a Osprey Asset Management (OAM) chefiada por um antigo militar das forças da então Rodésia (hoje Zimbabwe) que disse ter apresentado um plano, em Agosto, e a Hawk chefiada por Dolf Dorfling, um ex-coronel nas forças armadas sul africanas. O Governo moçambicano preferiu contratar a companhia russa por aparentemetne ter apresentado custos mais baixos, concluiu o jornal. O Executivo de Filipe Nyusi refutou a presença russa no local, dizendo que Moscovo apenas tem fornecido equipamento no âmbito da cooperação militar entre os dois países. (Voa)