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segunda-feira, 18 novembro 2019 06:00

Cabo Delgado em “chamas”: detalhes sobre os ataques às aldeias de Palma, Macomia e Muidumbe

Continua alarmante a situação que se vive nos distritos da zona norte da província de Cabo Delgado. Na última sexta-feira, 15 de Novembro, quando eram 18 horas, os insurgentes atacaram a aldeia Ingoane, no distrito de Macomia, tendo incendiado casas e assassinado cinco civis, segundo apurámos de fontes locais.

 

Uma fonte local, que falou com a nossa reportagem, contou que “não ficou nada” e que “toda a zona norte da aldeia foi queimada”. Segundo a fonte, as vítimas mortais eram do sexo masculino, sendo dois jovens, mas sem precisar as suas idades. Outra fonte assegurou que o grupo incendiou e saqueou bens de um agente económico informal local.

 

Fontes da “Carta”, em Macomia, garantem que, nos últimos dias, algumas pessoas tinham regressado àquela aldeia e que os barcos, assim como viaturas de transporte de bens e passageiros tinham retomado a sua circulação para aquele ponto do país, porém, neste momento, todos voltaram a deixar o local.

 

A aldeia Ingoane foi atacada, pela primeira vez, pelos insurgentes a 26 de Dezembro de 2018, por 10 homens, que falavam diferentes línguas locais, como Kimuane, Emakwa e Kiswahili. O ataque resultou na morte de uma pessoa e no incêndio de casas, para além de terem saqueado estabelecimentos de venda de produtos alimentares. A aldeia voltou a sofrer outro ataque, em Fevereiro deste ano, que resultou na morte de quatro pessoas.

 

Na mesma sexta-feira, 15 de Novembro, os insurgentes atacaram a aldeia Namanengo e a região de Nssemo, no distrito de Palma, por volta das 10 horas. Nssemo dista a 49 Km da Vila-Sede daquele distrito.

 

De acordo com fontes da “Carta”, não houve registo de óbitos, devido à pronta intervenção das Forças de Defesa e Segurança (FDS), que se encontravam nas proximidades daquele local. Acrescentam que maior parte das famílias daquela aldeia refugiou-se na sede do distrito, onde se diz haver um ambiente de agitação.

 

Devido à situação, algumas empresas envolvidas na construção de infra-estruturas de apoio ao projecto de exploração de gás natural liquefeito foram orientados a não trabalhar, tendo até sido vistos a transportar seus trabalhadores para a Localidade de Palma-Sede.

 

Fontes da “Carta” garantem que, na última quinta-feira, as FDS capturaram três indivíduos supostamente pertencentes ao grupo, que vem protagonizando actos bárbaros em aldeias de alguns distritos, na aldeia Mbanja, que dista a cerca de 10km do acampamento da Anadarko.

 

Já na sexta-feira foram capturados mais dois, próximo à aldeia Monjane, que, entretanto, na manhã de sábado, sofreria um novo ataque, mas sem causar vítimas mortais. Registou-se apenas o incêndio de barcos de pesca.

 

Em Muidumbe, relatam-se dificuldades que os militares russos têm para identificar os insurgentes, pelo facto de alguns trajarem fardamento das FDS.

 

De acordo com as nossas fontes, devido aos ataques que se verificam nas proximidades do Rio Messalo, onde no passado dia 12 de Novembro foram assassinados oito militares, a empresa que constrói as pontes sobre os rios Mapwedi e Messalo, na região de Miangalewa, optou em paralisar as obras. (Carta)

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