Ele foi capturado na sexta-feira, dia 7, nas baixas da Localidade Litingina, sua terra natal. Suale chegou a Nangade há mais de um ano para passaer férias. Foi supostamente aliciado por outros amigos e passou a frequentar uma madrassa local. Quando as férias terminaram, ele se despediu dos pais, dizendo que estava de regresso a Maputo. Mas acabou juntando-se aos insurgentes. Consta que Mustafa Suale Machinga frequentou um centro de instrução básica militar das Forças Armadas, onde aprendeu a manipular armas.
De acordo com relatos de populares, ele foi encontrado num esconderijo, abandonado pelos colegas de rebeldia Alega-se que Suale, ferido, estava à espera pelo seu irmão mais novo, para alegadamente transportá-lo para Tanzania, onde receberia cuidados médicos. Uma fonte popular disse que o irmão mais novo do suposto comandante esteve no esconderijo 3 vezes, mas não conseguiu ajudá-lo porque seus movimentos levantaram suspeitas. Isso levou a que ele, o irmão de Mustafa, fosse interrogado sob ameaça de linchamento, acabando por indicar o local de refúgio do irmão, que foi capturado e entregue às autoridades.
Suale, como muitos dos jovens que ingressaram na insurgência, é um filho da casa. Ou seja, quem na escalada da noite regressa às aldeias para incendiar e matar são os próprios filhos, sobrinho e vizinhos das vítimas. Suale estudou na Escola Primária de Litingima, onde concluiu a sétima classe. Depois estudou na Escola Secundária de Nangade (até a décima classe) e em Mocímboa da Praia (onde fez décima segunda classe).
Em 2013 foi à tropa mas antes já na tinha começado a frequentar uma madrassa em Nangade. Quando ele desapareceu, os vizinhos interrogam-se sobre o seu paradeiro, pois não comunicava com os familiares. Mustafa tinha esposa. A mãe é pobre, vive de agricultura. O pai morreu há 4 anos.
Litingina é uma das aldeias donde são originários boa parte dos insurgentes que actuam em Nangade. Cerca de 50 jovens juntaram-se ao grupo da região. Há cerca de três meses, um líder comunitário de Litingina sugeriu que os governo deveria amnistiar os jovens atacantes pois tratava-se de rapazes da casa. Recentemente, para além de Suale, foram capturados outros jovens da zona. Alguns, no entanto, disse um residente da localidade, já não querem regressar à aldeia temendo a morte por linchamento. Na perseguição de sexta feira, os 5 insurgentes mataram 4 populares mas também sofreram baixas, nomeadamente na localidade de Nambedo. A população montara uma emboscada e o insurgentes puseram-se em debandada, deixando munições, galinhas assadas e outros materiais. 3 insurgentes foram capturados e 4 mortos. (Saide Abido)