A carnificina continua em Cabo Delgado. Depois de no passado sábado terem atacado uma viatura no troço Mocímboa da Praia-Palma, os insurgentes voltaram a fazer das suas. Desta vez, o palco foi a aldeia de Simbolongo, localidade Pangane, distrito de Macomia.
Munidos de armas brancas (catanas) e de fogo, os indivíduos, ao que tudo indica inspirados no radicalismo islâmico extremo, decapitaram na noite da passada terça-feira dois indivíduos. O ataque a aldeia de Simbolongo ocorreu quando já passavam poucos minutos depois da hora 18.
Na aludida localidade, contou uma fonte à Carta, os insurgentes queimaram as casas, na sua maioria feitas de pau a pique. Antes de incendiar as casas, saquearam os poucos alimentos que se encontravam no interior das mesmas, que os proprietários haviam recebido no âmbito da ajuda alimentar do Programa Mundial da Alimentação (PMA).
Só não aconteceu o pior, contou a fonte, graças a pronta intervenção das Forças de Defesa e Segurança (FDS), que trataram de repelir os atacantes. A posição das Forças de Defesa e Segurança está a cerca de 5 quilómetros do local onde ocorreu o ataque.
A população de Simbolongo, que chegou de abandonar por completo a aldeia estava, aos poucos, a regressar em resposta aos apelos das autoridades locais, que teima em dizer que a situação está controlada.
A população suspeita, anotou a fonte, que o grupo que atacou Simbolongo, seja parte do grupo de quatro indivíduos capturados no domingo pelas autoridades. Esta é a terceira vez que os malfeitores escalam a aldeia Simbolongo. Nas últimas duas, o grupo atacante, igualmente, queimou residências e decapitou pessoas, algumas quando se preparavam para quebrar o jejum, isto durante ramadão findo.
Entretanto, ainda na passada segunda-feira, foram vistas, na vila de Macomia, várias sub-unidades das FDS a deslocaram-se à Mucojo, no quadro das acções de desmantelamento das bases do grupo, que desde outubro de 2017 tem estado a atacar àquela província da região norte do país. (Carta)