Resultou em 50 mortos e 13 feridos nas hostes dos insurgentes em Cabo Delgado a intensificação, nas últimas semanas, da ‘caça’ que lhes é movida pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS) nos distritos de Macomia, Mocímboa da Praia e Nangade, agora em cooperação com curandeiros locais. "Carta" apurou que, há dias, os militares seguiram as peugadas dos insurgentes antes de lhes montar emboscadas em zonas estratégicas onde houve troca de tiros.
Entretanto, durante o último fim-de-semana, seis pessoas foram mortas e várias casas incendiadas no posto administrativo de Iba, distrito de Meluco. De acordo com informações facultadas à “Carta”, cerca de 70% dos residentes de Iba refugiaram-se na vila-sede do distrito de Macomia, por lá haver uma forte presença das FDS.
As nossas fontes disseram que, aquando do ataque a Iba, os soldados do exército nacional estavam a uma distância de aproximadamente 40km, o que terá facilitado a penetração dos atacantes. Mesmo após a sua chegada àquele posto administrativo, as FDS tiveram dificuldades em localizar os insurgentes por alegadamente estes terem melhor domínio das matas de Cabo Delgado.
O nosso jornal também apurou que, em algumas aldeias de Cabo Delgado, está a desenvolver-se uma parceria entre anciãos que lá vivem e membros das FDS. Um ancião contou que tal parceria deve-se ao facto de os insurgentes protagonizarem ataques usando ‘magia negra’. Para contrariar este fenómeno, os curandeiros das aldeias uniram-se e juntamente com as FDS decidiram adoptar uma estratégia visando anular a ‘magia negra’ do inimigo. Depois do pacto entre as FDS e residentes das aldeias de Macomia e Mocímboa da Praia, incluindo ‘curandeiros’, os insurgentes foram desbaratados quando lá pretendiam protagonizar ataques. Idêntica situação aconteceu no mês de Dezembro de 2018 no distrito de Nangade.
Por causa da cooperação entre as FDS e os ‘curandeiros’, contam as nossas fontes, os homens que espalham terror em Cabo Delgado foram alegadamente reconhecidos por alguns membros da comunidade ao entrarem numa das aldeias de Nangade. A população não perdeu tempo, fazendo justiça pelas próprias mãos. Na mesma ocasião foram mortos seis dos atacantes. Um sobreviveu.
Achando ‘pouco’ o que tinha feito aos insurgentes, a população deslocou-se aos locais de residência dos respectivos familiares, obrigando-os a sair de lá e queimando as suas casas. A partir daí nunca mais se registou um único ataque nas aldeias de Nangade. (Paula Mawar e Omardine Omar)