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Política

Contrariamente ao que havia avançado alguma imprensa, que dizia estar em risco o processo de Desmilitarização, Desmobilização e Reintegração (DDR) da força residual da Renamo, devido ao controverso processo de Recenseamento Eleitoral, na província de Gaza, o mandatário nacional da “Perdiz”, Venâncio Mondlane, assegurou, esta terça-feira, que o seu partido continua comprometido com o processo, que deverá culminar com a assinatura do Acordo de Paz Definitiva, no próximo mês.

 

O também Assessor Político do Presidente do Partido, Ossufo Momade, lembrou que toda e qualquer reivindicação que o partido tiver em relação ao recenseamento eleitoral, no geral, e a deliberação 88/CNE/2019 de 23 de Julho, em particular, apoiar-se-á na Constituição da República e demais leis em vigor no país.

 

Com o escândalo das “dívidas ocultas” ainda na ordem do dia, os moçambicanos apontam o Governo de Filipe Nyusi como a segunda instituição mais corrupta do país, depois da Polícia da República de Moçambique (PRM). As constatações constam da 10ª edição do Barómetro Africano sobre Corrupção 2019, divulgado semana finda.

 

Baseada em entrevistas a 2.392 cidadãos nacionais, durante os meses de Junho, Julho, Agosto e Setembro de 2018, a pesquisa, realizada em colaboração com a Transparência Internacional, indica que 37 por cento dos moçambicanos entendem que o Executivo moçambicano é a instituição mais corrupta do país, depois dos agentes da Polícia com 47 por cento.

 

Depois de vários adiamentos, os deputados, finalmente, retomaram, esta segunda-feira, os trabalhos da IX Sessão Ordinária da Oitava legislatura da Assembleia da República. Entretanto, o arranque dos trabalhos foi dominado pela controversa questão do “relaxamento” da imunidade do deputado da bancada parlamentar da Frelimo, Manuel Chang, que se encontra, actualmente, preso em Moderbee, na vizinha África do Sul.

 

O ponto foi levantado pelo deputado da bancada parlamentar da Renamo, António Muchanga, que interpelou a mesa da AR, solicitando, à presidente do órgão, explicações detalhadas sobre a base de que se tecia a figura do “relaxamento da imunidade”, bem como o enquadramento na lei fundamental, a Constituição da República (CR), e demais leis em vigor no país.

 

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse hoje que os grupos armados que têm protagonizado ataques em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, são financiados por falsos empresários, alguns do quais já estão presos.

 

"Eles fazem-se passar por empresários e recrutam jovens para esta ações. Alguns deles já estão presos", disse o chefe de Estado moçambicano, falando num comício em Socone, na província da Zambézia, no centro de Moçambique, onde efetua uma visita de trabalho.

 

No fim-de-semana, o Presidente Filipe Nyusi teve um daqueles assomos de pragmatismo, mostrando como ele enxerga mais longe que toda a corte de gestores do Banco de Moçambique quando se trata de abraçar e proteger instituições nacionais que realmente contam para a batalha de desenvolvimento do país. “A Gapi está a investir no desenvolvimento do País”, disse ele.

 

Nyusi saudou o contributo da Gapi ao visitar uma feira económica realizada em Lichinga, cujo mote era o lançamento da campanha de comercialização agrícola, inaugurada há uma semana, em Manica, onde a Gapi, em parceria com o Instituto de Cereais de Moçambique (ICM), deram mãos à operacionalização do Fundo Rotativo de Comercialização Agrícola.

 

Face ao “vuku-vuku” que se instalou em função dos dados do Recenseamento Eleitoral nas províncias de Gaza, Sofala, Manica, Zambézia e Cabo Delgado, o partido Renamo aventa a possibilidade de levar o assunto à Comissão Eleitoral da União Africana, caso não se sinta satisfeito internamente.

 

O posicionamento foi manifestado, esta segunda-feira, pelo Mandatário Nacional daquela formação política, Venâncio Mondlane, durante uma conferência de imprensa que visava dar a conhecer os passos levados a cabo pela organização para ver reposta a verdade eleitoral no país e, em particular, nas referidas províncias.