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terça-feira, 16 março 2021 12:10

Discoteca fantasma na baixa de Maputo: Clube Alvinegro, desgastado, já notificou a Mabsousa Investimentos

A discoteca fantasma descoberta no último fim de semana nas instalações do Grupo Desportivo de Maputo (GDM) vinha funcionando há cerca de um ano, apurou “Carta”. Logo que a pandemia se expandiu para Moçambique e o Governo iniciou suas medidas de restrições, a Mabsousa Investimentos apostou em quebrar as regras e para satisfazer os apetites de sua clientela: discotecas secretas na calada da noite. E casamentos, de acordo com fontes de “Carta”.

 

A Mabsousa investimentos é propriedade de Hélder Domingos Pinto de Sousa e Tomás Sebastião Mabjaia, ambos moçambicanos. A firma explora o nicho do entretenimento, nomeadamente com a exploração de duas discotecas, “Matchedje”, uma no Alto Maé, em Maputo, e outra em Malhampsene, na Matola. Em 2017, a firma rubricou contrato com o GMD para a exploração de espaços de entretenimento e lazer, mas quando a pandemia chegou ninguém esperava que seus gestores fossem agir para lá das regras.

 

O caso do funcionamento ilegal da sua discoteca nas instalações do Grupo Desportivo de Maputo (GDM) foi alvo de uma reunião, ontem à noite, do Conselho Consultivo do clube. A constatação preliminar é de que a Mabsousa violou o contrato de cessão de exploração.

 

Em duas vertentes, a atividade, afinal, não estava licenciada. Por outro lado, no quadro da Pandemia, a Mabsousa violou o Decreto do Conselho de Ministros. Uma fonte do Clube disse ontem à “Carta” que a agremiação estava demasiada “agastada” com a situação: seu nome nas ruas da amargura, por via de outrem. O Clube notificou ontem a Mabsousa para que esta diga de sua justiça. “É preciso agir em conformidade, o Desportivo sempre cumpriu os preceitos legais. Já tivemos duas Assembleias Gerais canceladas. Custa imenso”, desabafou João Figueiredo, Presidente da Mesa da Assembleia Geral do clube.

 

O contrato entre ambos vigora desde 2017, como escrevemos. A Mabsousa deve pagar 150 mil de Meticais por mês, mas nem sempre cumpre, disse outra fonte. A Mabsousa enfrenta agora a possibilidade de sanções, nomeadamente por violação ao Decreto do Conselho de Ministros sobre a pandemia e as sanções de acordo com o decreto 49/2016 (Regulamento sobre Empreendimentos Turísticos, Restauração e Salas de Dança), que contempla penalizações em função da infração.

 

Uma fonte próxima do processo disse ontem que o gerente da Mabsousa responsável pelas farras secretas do Desportivo chegou a ser detido no sábado de madrugada e terá sido julgado e condenado ontem, tendo a pena de prisão sido convertida em dinheiro.

 

Fonte do INAE disse à “Carta” que a instituição espera iniciar um procedimento contra a empresa: “Já foi notificada e aguardamos que venham ao INAE para serem ouvidos, e trazendo possíveis documentos que lhe autorizam ao exercício da atividade, apesar de já terem dito que não têm nenhum documento”.

 

"Carta" está desde ontem a tentar ouvir Hélder Pinto, um dos sócios da Mabsousa, mas ele não atendes às chamadas.(M.M.)

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