Foram detidas, na passada quinta-feira, 22 pessoas, indiciadas de exercer pesca ilegal na confluência dos rios Urema e Púnguè, na província de Sofala. A detenção foi feita por um grupo de fiscais do Parque Nacional da Gorongosa, durante a sua actividade de patrulha.
Segundo o Administrador do Parque Nacional da Gorongosa (PNG), Pedro Muagura, o peixe terá sido pescado e processado naquele local, porém, o processamento não obedeceu aos princípios básicos de saúde, pelo que coloca em risco a saúde pública. Acrescenta que o produto seria, de seguida, transportado em fardos e vendido ao público em diversos centros urbanos, com destaque para as cidades da Beira, Dondo e Chimoio (Manica) e as vilas de Nhamatanda e Alto Molócuè, na província da Zambézia.
Conforme explica Muagura, o peixe, cuja quantidade não foi especificada, terá sido processado com recurso a insecticidas, de modo a afastar moscas e insectos para que não apodrecesse. Mas, os tipos de insecticidas usados (Cloroacetanilida, piretroides e organofosforados) são também tóxicos para os seres humanos.
Na sua interacção com a imprensa, o Administrador do PNG avançou que o consumidor deste peixe fica em elevado risco de desenvolver efeitos colaterais, como é o caso de tumores atrofia (diminuição) testicular, má formação do feto durante a gravidez, danificação dos rins, toxicidade aguda do trato respiratório, vómitos, dores abdominais, náuseas, úlceras na boca, danos ao sistema nervoso central, como perda de coordenação motora, fadiga, convulsões, paralisia e morte.
Referir que, no processo de investigação, a Fiscalização do PNG e a Polícia da República de Moçambique constataram as seguintes infracções: ausência de licenças de pesca e licenças de pesca caducadas, violação dos limites do PNG, uso de redes com dimensões abaixo do autorizado. Os detidos foram encaminhados para o Ministério Público do distrito de Nhamatanda, na província de Sofala. (Carta)