A “Global Initiative” dedicou uma edição especial do seu boletim – intitulado “Risco da África Oriental e Austral” – à crise de Moçambique.
Este, que é o primeiro de três artigos sobre o assunto, descreve a recente mudança nas tácticas insurgentes, e como comparações podem ser feitas às tácticas usadas pela al-Shabaab há uma década.
O segundo analisa a resposta política à crise, e como tal parece ter sido moldado pela “visão” dos governos da região, levando em consideração (primariamente) a extracção de recursos naturais.
Já a terceira história fornece uma análise exclusiva da dinâmica actual da economia ilícita da região, e de como as principais redes de tráfico se vêm adaptando aos conflitos, e até que ponto os insurgentes podem estar envolvidos nesses mercados ilícitos.
Esta análise baseia-se em recentes trabalhos de campo na região, e em contribuições de pessoas que actualmente estão no terreno. É importante entender três elementos – conflito, governação e economias ilícitas – e como eles se interconectam.
O artigo também faz uma análise de novas tendências noutras partes da África Oriental e Austral, tendo em consideração que o Aeroporto de Bole, em Adis Abeba (Etiópia), é um centro de trânsito para rotas de tráfico e as implicações sombrias da tentativa de assassinato de um destacado advogado da Cidade do Cabo.
Segundo o artigo, tácticas insurgentes estão a mudar em Cabo Delgado, e a seguir o padrão de outras insurgências na África.
E mais: a negligência e a corrupção do governo moçambicano em Cabo Delgado fortaleceram a mão da insurgência.
Os insurgentes de Cabo Delgado podem estar preparados para aumentar o controlo sobre as rotas de tráfico.
É importante referir que o Aeroporto Internacional Bole na Etiópia emergiu como um centro de tráfico de animais silvestres e narcóticos.
Também importa referir que a violência contra advogados ameaça minar o sistema de justiça criminal na África do Sul.
O próximo relatório da “Global Initiative” intitula-se “Um triângulo de vulnerabilidade: Mudando os padrões de tráfico ilícito na costa da suaíli” e faz uma análise aprofundada de como o tráfico conecta locais díspares na costa leste da África e a política, e os riscos de segurança que isso acarreta. (Carta)