Na semana finda, o Conselho Cristão de Moçambique manifestou-se disponível para mediar a crise interna na Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO). Em entrevista à DW África, Mariano Nhongo responde que rejeita a mediação e acusa o Governo de ignorar as exigências da Junta Militar.
“Eu rejeitei os cristãos para negociar. O que vou negociar com eles? Já mandei o documento ao Governo. O Presidente [Filipe] Jacinto Nyusi recebeu o documento, entrou no Gabinete com seus quadros e leram-no, só que eles não querem cumprir com o documento como são sanguinários", critica.
Nhongo diz ainda que, caso haja interesse por parte do Governo, o documento deve antes ser divulgado através dos meios de comunicação social. “Se é negociação, eu peço que o Presidente Nyusi anuncie aquele documento para todo o povo moçambicano e os países vizinhos ouvirem".
Caso não seja respeitada esta exigência, Mariano Nhongo diz que a paciência para esperar por uma negociação vai-se esgotar. Ao mesmo tempo, assume estar cansado das armas. “Estamos cansados de estar com as armas no mato, se for assim chegará o tempo em que nós já não vamos negociar com ninguém. Sabemos a razão que nos fez fazer a revolução, em 2014, quando a Renamo tinha ganho seis províncias", lembra.
O líder da autoproclamada Junta Militar considera que as eleições de 2019 deveriam ser anuladas. "Se a FRELIMO não anular votos neste ano, nunca mais há-de haver votos em Moçambique, só há-de haver voto das armas", diz. (DW)