A sede do maior partido da oposição do xadrez político nacional, a Renamo, na capital do país, viveu na manhã e princípio da tarde de ontem momentos de alguma agitação. Membros pertencentes à segurança da Renamo decidiram amotinar-se nas instalações do partido com intuito de pedir explicações detalhadas à volta da interrupção da canalização de subsídio a que têm direito. Com intuito de obter explicações em torno do assunto, “Carta” contactou na tarde de ontem o partido liderado por Ossufo Momade. Na pessoa de José Manteigas, porta-voz do partido, explicou que não se trata de corte ou interrupção, mas sim um atraso na canalização dos referidos subsídios.
Concretamente, disse José Manteigas, trata-se de subsídios de “água e luz” a que homens pertencentes à guarda do partido têm mensalmente direito. Tal como disse, o partido falhou a disponibilização deste subsídio no mês que hoje finda. Entretanto, José Manteigas assegurou que o partido está a trabalhar a toda a sua extensão tendo em vista o solucionamento do problema a breve trecho, pois, está ciente da importância e dos transtornos que o atraso está a causar.
“O partido não conseguiu tempestivamente pagar subsídios de água e luz, mas é uma questão de atraso. E o partido está a organizar-se para poder pagar porque é um subsídio que os homens recebem mensalmente”, disse José Manteigas. O porta-voz da Renamo acrescentou que, para além do subsídio de água e luz, que não foi pago neste mês de Janeiro, os homens afectos à segurança do partido têm ainda direito de um outro subsídio (para vida particular), cujos desembolsos estão devidamente regularizados. Ou seja, o partido pagou tempestivamente e não tem nenhum mês em falta.
Os homens da segurança receberam a garantia da regulação da situação a breve trecho da boca do Secretário-Geral do partido, André Magibire, à saída de uma breve reunião havida entre ambos, ainda ontem. Noutro desenvolvimento, José Manteigas comentou ainda as informações postas a circular, segundo as quais foram privados os homens que eram leais ao então Presidente do Partido, Afonso Dhlakama. Manteigas disse que não se trata de homens pertencentes à segurança do falecido presidente do partido. São, sim, tal como explicou, homens pertencentes à segurança do partido e responsáveis por garantir a protecção dos quadros daquela formação político-partidária.
“Não são seguranças do saudoso presidente Dhlakama. São homens da segurança que garantem a protecção dos quadros do partido Renamo. Ontem, quando estava vivo, o presidente Dhlakama, trabalhavam com ele e hoje trabalham com o Presidente Ossufo Momade e outros quadros. Não há nada de extraordinário que está a acontecer”, esclareceu Manteigas. (I.B.)