A Área Metropolitana do Grande Maputo (que compreende as cidades de Maputo e Matola e as vilas de Marracuene e Boane) parou, esta quarta-feira, para homenagear as vítimas mortais das manifestações populares em curso no país desde o passado dia 21 de Outubro, convocadas pelo candidato presidencial Venâncio António Bila Mondlane em protesto contra os resultados eleitorais de 09 de Outubro, que dão vitória a Daniel Chapo e Frelimo com mais de 73% dos votos.
Quando eram pontualmente 12h00, milhares de condutores paralisaram viaturas em plena via pública e começaram a buzinar, conforme a orientação deixada por Venâncio Mondlane na sua comunicação virtual feita na passada terça-feira, na sua página do Facebook.
De Marracuene a Boane e do município da Matola ao centro da Cidade de Maputo, vídeos amadores ilustram o coro das buzinas que tomaram conta do Grande Maputo esta quarta-feira, no primeiro dos três dias do luto nacional anunciado por Venâncio Mondlane.
Por 15 minutos, as principais avenidas e praças de Maputo ficaram congestionadas e outras bloqueadas, devido à paralisação do trânsito pelos manifestantes. Aliás, enquanto os condutores tocavam buzinas, trabalhadores de algumas empresas, polidores de viaturas, vendedores informais iam ocupando os passeios, cantando e dançando e alguns exibindo dísticos.
Quem não podia fazer-se à via, assistia ao filme pela janela do seu escritório e/ou da sua casa. Em algumas vias, as viaturas foram obrigadas a suspender a marcha por manifestantes que se encontravam nos passeios. Tais actos aconteceram nas Avenidas Acordos de Lusaka, próximo da cadeia de supermercados Shoprite; Filipe Samuel Magaia (onde houve colocação de barricadas); Guerra Popular (junto ao Terminal dos transportes semi-colectivos); e de Moçambique, nas proximidades do bairro de Inhagoia.
Nesta acção, nem agentes da Polícia escaparam ao sinal de “paragem obrigatória”, emitida pelos manifestantes. Aliás, a Polícia (seja de trânsito ou municipal) esteve na via à hora 12h00 para orientar o trânsito.
Após 15 minutos de “buzinadelas”, a vida regressou à normalidade em Maputo e, até ao fecho desta rfeportagem, não havia registo de quaisquer incidentes. (Carta)