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domingo, 17 dezembro 2023 16:20

A “Rua Eduardo Mondlane” continua intacta em Bissau, escreve Kadidja Pinto Monteiro*

A conhecida jornalista guineense Kadidja Pinto Monteiro desmente a alegada remoção do nome de Eduardo Mondlane de uma das principais ruas de Bissau, a capital da Guine Bissau, numa alteração recente da toponímia da cidade que serviu para homenagear o Presidente portuges Marcelo Rebelo de Sousa, atribuindo o seu nome a uma das ruas, numa iniciaticavas do Presidente Local Umaro Embalo. A alegação circulou velozmente nas redes sociais. 

 

Não era para menos! Eduardo Mondlane, fundador da Frente de Libertação de Moçambique, é um dos principais heróis do nosso país e da luta anti-colonial. Kadidja ficou também assustada com um artigo de opinião publicado no jornal português Expresso, que amplificava o “fake news”. Ela escreveu, indignada, para os leitores de "Carta de Moçambique" nos seguintes termos:

 

“Não sei o que está a mover os irmãos moçambicanos a imiscuir-se tanto e de forma tão pouco clara nos acontecimentos da Guiné-Bissau. Vocês estão com tantos problemas aí, meu Deus, isso não é suficiente? 

 

Isto é tudo falso. Vocês são tão vítimas quanto nós das falácias da imprensa portuguesa. O que é isto!?

 

Existe uma ‘Rua Eduardo Mondlane’, e essa é a Rua mais longa de Bissau. Está intacta! Nesta rua está o restaurante restaurante italiano Bistro, o antigo supermercado Mavegroe e vai até a Meteorologia. Também é onde tem a discoteca ‘Plack’. É do conhecimento público que nada foi tocado nesta Rua. O nome Marcelo Rebelo de Sousa foi atribuído a uma rua que se chamava Rua 13.

 

Moçambique continua bem tratado e respeitado na Guiné-Bissau. Não se sabe as razões de tanta desinformação contra a Guiné. O que se passou  no nosso país, recentemente, foi uma grave subversão da Constituição, que teve início no caso dos 6 bilhões de Francos CFA (cerca de 10 milhões de USD). 

 

Por conseguinte, o Ministério Público decretou prisão preventiva ao Ministro das Finanças e ao Secretário de Estado do Tesouro. Quando estes foram conduzidos para a Policia Judiciária, o chefe da Guarda Nacional Vítor Tchongo, na base da violência, muito bem armado, foi à instância judicial retirar os dois detidos. Por outras palavras, subverter a Ordem.

 

É com isto que estamos a lidar; é isto que aconteceu e que deu origem à intervenção rápida das FARP (Forças Armadas Revolucionárias do Povo), que actuou de forma cirúrgica, deixando a população o menos tempo possível no estado de ansiedade, pois conseguiram deter o chefe da operação, o Vítor Tchongo.

 

Quanto aos nomes das ruas, penso que não passa de ‘faits divers’, para distrair os menos atentos. Temos irmãos moçambicanos no país, que podem dar conta de como são acolhidos e tratados. 

 

Acredito que os irmãos moçambicanos estão a viver momentos conturbados, desde Cabo Delgado às recentes eleições autárquicas, passando pelo silenciamento de jornalistas via morte, raptos aleatórios, enfim, muitos assuntos com que se preocupar. Permitir que a imprensa portuguesa nos faça de cavalo de batalha, é voltar para a era do colonialismo. Parafraseando o Presidente Nyusi. Não infernizem o nosso país!

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