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BCI
quarta-feira, 16 novembro 2022 03:29

Professores manifestam-se em vários pontos do país em protesto contra a TSU

Na sua maioria das Escolas Secundárias da cidade de Maputo, províncias de Maputo, Inhambane e Gaza, os professores decidiram paralisar as suas actividades, nesta terça-feira, na sequência das inconformidades da Tabela Salarial Única (TSU). A manifestação dos professores inclui o boicote à preparação dos exames.

 

Vídeos amadores foram ontem partilhados nas redes sociais com diversos grupos de professores empunhando garrafas e baldes de água, cantando em voz alta, dizendo que “bebam água e não compliquem o Governo” em referência ao último discurso do Presidente da República, segundo o qual os professores deviam “comer e beber água” e não deixarem de reclamar.

 

Os professores da província e cidade de Maputo tiveram como ponto de encontro o Jardim dos Professores e dizem que estão a reivindicar, entre outros pontos, o enquadramento justo (nível 16, 17 e 18 conforme estava previsto), o subsídio de localização e o subsídio técnico que já existia e que lhes foi retirado. 

 

Do encontro realizado esta terça-feira, no Jardim dos Professores, eles anunciaram que foi apenas um pré-aviso da greve, para que o grupo não possa entrar em contradição com aquilo que são as exigências e medidas que serão tomadas na semana de realização dos exames escolares, bem como fazer um alinhamento sobre a formação de uma única associação desta classe.

 

“Na fase dos exames é que teremos o momento decisivo para pressionar o Governo. Nos próximos dias pretendemos mobilizar mais colegas para aderirem à greve, visto que os professores do ensino primário, grande parte, estão a trabalhar e estão a controlar os exames, aparentemente porque em parte sentem-se satisfeitos”, referem.

 

“Neste momento decidimos que todos os professores não devem controlar os exames do ensino secundário e prometemos também não corrigir os mesmos. O que nós queremos na verdade é o diálogo com o Governo, a consideração do professor”, afirmam.

 

Os professores dizem ainda que outra coisa que os aborreceu foram os últimos pronunciamentos do Presidente da República, Filipe Nyusi. “O Presidente banalizou-nos, ele tornou a nossa profissão insignificante. Quando é uma reclamação dos professores é coisa barata, quando são os Juízes e os Médicos têm um tratamento especial e foram ouvidos. Nós também só queremos ser ouvidos, precisamos de ser atendidos. Nós sentimo-nos como biscateiros do Aparelho do Estado”, afirma o grupo. (Marta Afonso)

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