O rapto, ontem, por volta das 18 horas, do cidadão moçambicano Ahmed Anwar, dono do Hotel Royal, ocorreu perto da sua casa na Sommershield II, Polana-caniço, em Maputo, mais concretamente nas imediações da residência oficial do Comandante Geral da Polícia, apurou “Carta”.
Anwar regressava de uma Mesquita quando foi interceptado pelos seus raptores. Sua casa situa-se entre as residências oficiais do Comandante Geral da Polícia e do Director Geral do SISE.
O bairro está rodeado de agentes da Polícia e do SISE, para além de guardas privados. Quando se pensa que está sendo combatida, a indústria dos raptos volta a dar seus sinais vitais. Consta que, nos últimos dias, testemunhas notaram a presença de pessoas estranhas nas imediações, suspeitando-se de agentes da chamada Unidade de Intervenção Rápida, o braço de choque da força policial moçambicana (UIR), que também é responsável pela proteção de altas individualidades do Estado.
Em Fevereiro, a Procuradoria Geral da República confirmou, em comunicado de imprensa, o envolvimento de agentes do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), na indústria de raptos em Moçambique. Alguns membros das gangues policiais encontram-se em prisão preventiva, desde Abril de 2021.
Fonte da “inteligência” policial disseram a “Carta” que, com o desmantelamento das redes dentro do SERNIC, os raptos e os "esquadrões de morte” passaram a controlados e orquestrados a partir de novas redes localizadas dentro da UIR.
Uma prova pública recente foi a revelação do envolvimento do Chefe de Reconhecimento da UIR na cidade de Maputo, Lenine Macamo, que liderava uma quadrilha que havia montado um esquema para abater Nini Satar dentro da BO. Macamo está fugitivo deste abril.
Ahmed Anwar tem pouco mais de 60 anos de idade. (Carta)