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Nas vésperas da eleição de uma nova direcção para liderar os destinos da Comunidade Islâmica de Maputo (CMM), o ambiente interno ficou mais turvo nos últimos dias, com relatos de ameaças de morte. A lista liderada pelo conhecido advogado Salim Omar, que concorre à sucessão do incumbente Saleem Karim, submeteu hoje uma queixa na Terceira Esquadra da PRM da Cidade de Maputo, depois de alguns dos seus integrantes terem recebido na sexta-feira ameaças de morte e intimidaçoes para abandonarem a corrida eleitoral. As ameaças começaram pouco depois de a lista de Salim Omar ter depositado sua candidatura e manifesto eleitoral.
A PRM já abriu um processo de averiguações com o número 358/Terceira Esquadra.
As ameaças visaram também directamente a pessoa de Salim Omar, que disse hoje à ”Carta” que não se vai vergar e irá avançar com a candidatura. As ameaças provieram de um número de telemóvel pré-pago (85-2081842).
“Carta” apurou que a chamada foi feita a partir de Pemba, de um ponto localizado perto da Direcção Provincial da Agricultura e Desenvolvimento Rural.
De acordo com uma fonte de “Carta”, a voz que protagonizou as chamadas intimidatórias tinha sotaque do Paquistão e expressava-se mal em portugues. Elementos integrantes da lista de Salim Omar acreditam que se trata de alguém ligado à Saleem Karim, acusado de tudo fazer para se manter no poder.
“As mesmas tácticas foram utilizadas nas eleições de 2010 e 2015, visando forçar desistências e isso aconteceu”, alegou a fonte. Salim Omar, em contacto com “Carta”, mostrou-se preocupado com a eventualidade de a "manipulação" eleitoral envolver a rejeição do voto secreto e de potenciais votantes não compareceram a uma votação marcada para às 19.30 horas. (Carta)
