Caso se confirme a tendência actual de um crescimento anual de quinze por cento na produção de arroz, o país poderá, em 2030 ou mesmo antes, atingir a auto-suficiência em termos de arroz. Este crescimento deve-se à tecnologia introduzida que tem maior eficiência e menos perdas, bem como às sementes e fertilizantes.
O anúncio foi feito ontem (14 de Janeiro) no Regadio do Baixo Limpopo, em Chicumbane, província de Gaza, pelo ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, no lançamento da ceifa de arroz referente à campanha agrária 2021⁄2022.
As principais áreas de produção de arroz em Moçambique são os regadios do Baixo Limpopo e de Chókwè e a região do vale de Zambeze.
Para a presente campanha, o país espera produzir cerca de 239 mil toneladas de arroz, o que corresponde a um aumento de 15 por cento comparativamente à safra anterior. Na última campanha agrícola, Moçambique alcançou uma produção de 207 mil toneladas de arroz, representando um crescimento na ordem de dezanove por cento, comparativamente à época anterior que foi de 175 mil toneladas.
“O crescimento do ano passado bem como a projecção deste ano estão em linha com as projecções do governo para que Moçambique possa crescer em média quinze por cento por ano”, realçou o ministro Celso Correia.
No caso da província de Gaza, registou-se um aumento de cultivo de cinco mil hectares e um rendimento médio da cultura de arroz nas áreas de implantação do Sustenta, que passou para sete toneladas por hectare contra a média nacional de uma tonelada.
″O sonho de transformar Gaza numa referência de produção de arroz começa a concretizar-se pelo seu peso no abastecimento de alimentos ao nível nacional”, sublinhou o chefe do pelouro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, apontando que Moçambique é dos poucos países ou quase o único na SADC que tem condições agro-ecológicas para a produção de arroz.
Não obstante os resultados alcançados, a importação de cereais custou ao país, em 2021, cerca de 600 milhões de dólares e o arroz contribuiu com cinquenta por cento, equivalente a 300 milhões.
O país consome cerca de 500 mil toneladas de arroz, dos quais, sessenta por cento é importado. Como estratégia do governo, está em curso a elaboração do programa nacional de produção do arroz.
Sobre a depressão tropical Gombe que atingiu as províncias de Nampula e Zambézia, Celso Correia disse que até agora não há grandes danos excepto as plantações de banana e algumas áreas de milho inundadas bem como algumas culturas acamadas. “Nos distritos mais produtivos não temos registo de grandes perdas, como Ribaue e Lalaua, mas Mossuril, Monapo, Muecate e Meconta tiveram danos significativos e nos próximos dias teremos mais informação. As perdas não serão tão grandes devido à intervenção que está a acontecer no terreno”, assinalou o ministro Celso Correia.(Carta)