Director: Marcelo Mosse

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Actualizado de Segunda a Sexta

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Guy Mosse

Guy Mosse

Os EUA estão a  gastar US$ 2 trilhões em novo “acordo verde”, fazendo tudo o que o FMI diz que não é permitido em Moçambique. Isso mostra que o verdadeiro objetivo do FMI é a recolonização, não o desenvolvimento.

 

Nos últimos dois anos, o Congresso dos EUA disponibilizou US$ 2 trilhões para remodelar a economia. A ideia é que, com a acção do governo, os Estados Unidos possam se reindustrializar, reforçar a segurança nacional, reviver lugares deixados para trás e reduzir drasticamente as emissões de carbono ao mesmo tempo", escreve o Economist (2 de fevereiro de 2023).

 

Isto viola quase tudo no livro de regras de austeridade do FMI que Moçambique deve seguir. Inclui enormes gastos do governo direcionados para apoiar a indústria verde, com uma importante componente de pesquisa.

 

O novo “acordo verde” segue-se a duas outras grandes intervenções do governo dos EUA para construir o país. Primeiro, o New Deal da década de 1930, que tirou parcialmente os EUA da Grande Depressão, com grandes projetos de infraestrutura, como estradas e eletrificação, e criação massiva de empregos. 

 

As décadas de 1950, 1960 e 1970 viram enormes subsídios para pesquisa e desenvolvimento, por exemplo, da internet. Havia enormes subsídios para a construção de uma classe média. A social-democracia na Europa teve um sucesso semelhante. E foi a era da descolonização e do início do desenvolvimento, com ênfase no processamento local de recursos locais em vez da exportação de matérias-primas.

 

A mineração de grafite em Moçambique mostra como funciona o novo sistema. O grafite é essencial para o ânodo das baterias de íon de lítio e para aumentar a demanda por carros elétricos e outros sistemas de combustível não fóssil. Os ânodos não são complicados e podem ser fabricados em Moçambique, como o eram há 50 anos, quando a política apoiava o processamento local. Este é exatamente o tipo de indústria verde que Moçambique precisa. 

 

Mas agora o proprietário da mina Syrah recebeu um subsídio de $ 220 milhões para construir a fábrica de ânodo em Louisiana, um dos estados mais pobres dos EUA, para criar 221 empregos nos EUA com grafite de Moçambique. Claro que isso vai contra as regras do FMI, então Moçambique não teria permissão para fazer a mesma coisa.

 

Mais uma vez, Moçambique é pressionado pelo FMI e pelo Banco Mundial a regressar à era colonial de exportação de matérias-primas e pagamento de baixos salários - e não fazendo as coisas que os EUA estão a fazer agora e fizeram com sucesso nos anos 30 e 1950-80. Isso parece recolonização. (JH)

Moçambique subiu cinco lugares, para o 142.º, no Índice de Perceção da Corrupção, alcançando 26 pontos numa escala que vai dos zero aos 100, segundo um relatório ontem divulgado, que alerta para falta de liderança nas forças.

 

A edição deste ano do Índice de Perceção da Corrupção (CPI, na sigla em inglês), elaborado pela organização não-governamental (ONG) Transparência Internacional, salienta que em Moçambique, à semelhança de outros países da África Subsaariana, as forças armadas são mal dirigidas.

 

“A falta de uma boa liderança condiciona a forma de lidar com os desafios de segurança e a sua vulnerabilidade à corrupção prejudica as respostas do Estado”, sustenta a ONG.

 

A tendência de Moçambique nos últimos cinco anos traduziu-se numa subida de três pontos mas considerando os últimos 10 anos perdeu cinco.

 

O CPI foi criado pela Transparência Internacional em 1995 e é, desde então, uma referência na análise do fenómeno da corrupção, a partir da perceção de especialistas e executivos de negócios sobre os níveis de corrupção no setor público.

 

Trata-se de um índice composto, ou seja, resulta da combinação de fontes de análise de corrupção desenvolvidas por outras organizações independentes, e classifica de 0 (percecionado como muito corrupto) a 100 pontos (muito transparente) 180 países e territórios.

 

Em 2012, a organização reviu a metodologia usada para construir o índice, de forma a permitir a comparação das pontuações de um ano para o seguinte.(Lusa)

A moçambicana Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) esclareceu à Lusa que o crédito de 225 milhões de euros de que dispõe para investimentos só será utilizado se necessário e no âmbito de boas práticas de gestão.

 

Os valores “poderão ser desembolsados se a empresa precisar e julgar necessário durante a implementação do Capex Vital”, pacote de projetos de modernização.

 

A HCB “tem capacidade para se autofinanciar e realizar os investimentos, todavia, o recurso à combinação de capitais próprios e capitais alheios é recomendável e é uma boa prática de gestão”, acrescentou.

 

Pode haver vantagens em criar reservas com os capitais próprios “que podem ser usadas para alavancar a expansão da matriz energética através da participação na construção de mais centrais de produção de energia limpa”, exemplificou.

 

Os esclarecimentos surgem depois de o Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), ONG moçambicana, ter pedido ao Estado que dê informações sobre o “endividamento de 247 milhões de euros” da HCB e sobre como vão “afetar a situação financeira da empresa, os rendimentos do Estado e dos moçambicanos na qualidade de acionistas".

 

A empresa esclareceu que se trata de 225 milhões de euros de crédito que poderá ou não ser utilizado, disponibilizado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), e de 22 milhões de euros doados pela União Europeia (UE).

 

Os créditos mobilizados surgem como “segurança ou ‘backup’ e assentam na boa saúde financeira do empreendimento, pois inspira confiança às instituições financeiras que se aproximaram da HCB para conceder facilidades de crédito”, indicou em resposta a questões colocada pela Lusa. 

 

“Os níveis de conformidade e diligência tanto do BAD como da AFD só permitem o financiamento a entidades que cumprem um conjunto de requisitos aceitáveis, sendo um dos quais a robustez financeira e a capacidade de gerar receitas para fazer o serviço da dívida”, destacou a HCB.

 

A empresa dá como exemplo um empréstimo de cerca de 700 milhões de dólares (643 milhões de euros) que suportou a reversão da hidroelétrica de Portugal para o Estado moçambicano, em 27 de novembro de 2007, e que foi pago “na totalidade e com muita antecedência”.

 

Face ao pedido do CDD, de divulgação dos acordos de financiamento, a HCB explica que há “cláusulas de confidencialidade”, habituais neste tipo de documentos empresariais, remetendo a justificação dos investimentos para as declarações que o presidente da empresa tem feito.

 

“A terceira fase da reabilitação da subestação do Songo e a segunda fase de reabilitação da central hidroelétrica sul irão melhorar os níveis de performance e estender a vida útil” para mais de 25 anos, incrementando os 2075 MW de produção em mais 5%, anunciou Boavida Muhambe.

 

O CDD questionou ainda o ‘timing’ político das verbas anunciadas para a HCB, enquanto empresa detida maioritariamente pelo Estado, no início de um ciclo eleitoral.

 

A hidroelétrica responde que “as decisões de gestão observam estritamente as normas da governação corporativa” de forma “transparente, responsável e criteriosa” seguindo o Código Comercial, o contrato de concessão e as melhores práticas internacionais.

 

“A HCB tem com o Estado moçambicano um contrato de concessão ao abrigo do qual paga pontualmente uma taxa de concessão de 10% das receitas ao tesouro”, concluiu. (Lusa)

segunda-feira, 30 janeiro 2023 06:53

TotalEnergies de regresso a Cabo Delgado

A TotalEnergies deverá retomar integralmente suas operações em Afungi, Palma, Cabo Delgado. Apuramos que a TotalEnergies vai exigir a formação de uma força exclusiva de proteção, composta pelos vários actores militares que actuam no terreno. A TotalEnergies vai também forçar que Governo aceite incorporar o orçamento dessa força nos custos recuperáveis do investimento no gás de Palma, na Área 1. Ou seja, parte da receita do gás servirá para devolver aos investidores por causa dos seus gastos em matéria de segurança. O regresso da TotalEnergies deverá acontecer o mais tardar até finais de Março. Há dias foi noticiada a contratação da empreiteira Sul africana, WHBO, para realizar os trabalhos de construção civil do empreendimento em Afungi.

De acordo com a publicação África Intelligence, o CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, deverá visitar Moçambique, incluindo Cabo Delgado, dentro de dias.

A TotalEnergies, que lidera a Área 1 dos projectos de liquefação de gás natural em Cabo Delgado declarou “força maior” e abandonou o projecto na sequência da situação de insegurança na região.

Em 21 de Abril de 2021, a TotalEnergies declarou: “Tendo em consideração a evolução da situação de segurança no norte da Província de Cabo Delgado, em Moçambique, a Total confirma a retirada de Afungi de todo o pessoal do Projecto Mozambique LNG. Esta situação leva a Total, enquanto operadora do Projecto Mozambique LNG, a declarar força maior”.


A Total E&P Mozambique Area 1 Limitada, subsidiária detida integralmente pela Total SE, opera o projecto Mozambique LNG com um interesse participativo de 26,5%, juntamente com a ENH Rovuma Área Um, S.A. (15%), a Mitsui E&P Mozambique Area 1 Limited (20%), a ONGC Videsh Rovuma Limited (10%), a Beas Rovuma Energy Mozambique Limited (10%), a BPRL Ventures Mozambique B.V. (10%), e a PTTEP Mozambique Area 1 Limited (8.5%).(Carta)

Um comunicado divulgado na sede da organização em Gaberone, no Botswana, indica que os cinco países que ratificaram o Protocolo da Indústria da SADC são: Angola, Botswana, Namíbia, Seychelles e Maurícias. Para instar os Estados-Membros a ratificar o Protocolo sobre a Indústria, a SADC está neste momento a contratar um consultor que será responsável por promover os benefícios da ratificação do Protocolo.

 

A SADC recorda que, durante a reunião realizada de 14 a 16 de Agosto de 2019 em Dar-es-Salaam, na Tanzânia, o Conselho de Ministros da organização aprovou o Protocolo sobre Indústria e recomendou-o à Cimeira para aprovação final e assinatura. A Cimeira endossou o Protocolo sobre a Indústria e 11 Chefes de Estado e de Governo assinaram-no em Agosto de 2019 e o passo a seguir seria a sua ratificação pelos Estados-Membros.

 

“O sucesso do Protocolo da Indústria depende do envolvimento de todos os Estados-Membros da SADC para tirar partido das economias de escala que acompanham um elevado número de Estados Membros envolvidos na execução das actividades associadas ao Protocolo. A ratificação do Protocolo é seguida pela implementaçã; e se esta implementação for feita de forma eficaz e eficiente, alguns benefícios podem ser esperados”, diz o comunicado divulgado em Gaberone.

 

Dentre esses benefícios, incluem-se o aumento na taxa de crescimento regional, maior participação do valor acrescentado da manufatura no Produto Interno Bruto geral da SADC, alta aceitação de abordagens de produção de alta tecnologia, um aumento nas exportações de manufaturados, a participação das exportações da SADC para os mercados globais, e na participação do emprego industrial e do emprego total.  

 

O desenvolvimento industrial está no centro da agenda de integração regional da SADC juntamente com a competitividade e a integração do mercado. O esforço do Plano Indicativo de Desenvolvimento Estratégico Regional (RISDP2020-2030) tem de fortalecer esta posição, garantindo que as iniciativas relacionadas com a industrialização sejam antecipadas. A Estratégia e Roteiro de Industrialização da SADC (SISR 2015-2063) também visa promover a economia da SADC e aprofundar a integração regional através da transformação estrutural.

 

Para permitir isso, os Protocolos da SADC foram concebidos para ajudar a fornecer códigos de procedimento e práticas sobre várias questões, conforme acordado pelos Estados-Membros.

 

Um protocolo é um documento juridicamente vinculativo que compromete os Estados-Membros com os objectivos e procedimentos específicos, e para que um Protocolo entre em vigor na Região da SADC, dois terços dos Estados Membros precisam de ratificá-lo, dando consentimento formal e tornando o documento oficialmente válido.

 

Após a aprovação da Estratégia e Roteiro de Industrialização da SADC e a consideração das questões de desenvolvimento industrial nos Protocolos existentes, o bloco regional considerou necessário ter um Protocolo sobre a Indústria que ajudará a aumentar o nível de desenvolvimento industrial tanto nacional como regionalmente.

 

O Protocolo sobre a Indústria funcionará como um instrumento vinculativo que vai fortalecer e dar efeito legal à Estratégia e Roteiro de Industrialização na Região da SADC. Além disso, o Protocolo dará o mandato legal ao Secretariado da SADC para coordenar e supervisionar a implementação de medidas de desenvolvimento industrial regional, incluindo a Estratégia e Roteiro de Industrialização.

 

Os principais objectivos da SADC são o desenvolvimento, a paz e a segurança e o crescimento económico, aliviar a pobreza, melhorar o padrão e a qualidade de vida dos povos da África Austral e apoiar os socialmente desfavorecidos através da integração regional, baseada em princípios democráticos e desenvolvimento equitativo e sustentável. (Carta)

Um ex-polícia zimbabweano, de nome Jaison Muvevi, atirou e matou três pessoas em Hwedza na sexta-feira passada (13) antes de fugir do Zimbabwe para Moçambique, onde foi detido na última segunda-feira (16).

 

As investigações revelaram que Muvevi fugiu para Mutare, onde comprou um macacão azul marinho numa loja situada no Wasu Mall antes de ir para as instalações da Escola Masculina de Mutare.

 

Uma equipa de detectives e outros agentes de segurança lançou um alerta máximo quando recebeu a informação de que Muvevi ainda se encontrava em Mutare e que provavelmente iria atravessar a fronteira para Moçambique. Eles alertaram os seus colegas do outro lado da fronteira e forneceram as fotos de Muvevi.

 

A sua sorte acabou na manhã de segunda-feira (16) depois de ter sido identificado quando se preparava para embarcar num autocarro suburbano em Manica. Ele foi preso depois de uma discussão com a polícia moçambicana. Agentes da Polícia zimbabweana foram enviados a Moçambique para realizar os devidos processos legais antes que Muvevi seja repatriado para ser processado.

 

O porta-voz da Polícia Nacional, Adjunto-Comissário Paul Nyathi, confirmou a detencão do ex-polícia assassino fugitivo detido em Moçambique. "A Polícia da República do Zimbabwe confirma que o suspeito do homicídio, Jaison Muvevi, foi detido em Moçambique na manhã de segunda-feira (16)".

 

Nyathi disse que as vítimas do assassinato são Crispen Mubvana Kanerusine, de 62 anos de idade, o inspector Maxwell Hove, de 43 anos de idade e Munashe Mujanhi de 20 anos. Uma fonte próxima à investigação disse que Muvevi poderá ser extraditado a qualquer momento para o Zimbabwe, logo que as formalidades sejam concluídas.

 

Também é provável que ele compareça pela primeira vez a um tribunal moçambicano para responder a acusações de entrada ilegal no país e apontar uma arma de fogo a um agente da polícia.

 

No sábado, a polícia zimbabweana localizou Muvevi na área de Chiduku, perto de Rusape, e alega-se que, no momento em que percebeu que estava a ser perseguido, abriu fogo, iniciando uma troca de tiros com agentes da lei que estavam fortemente mobilizados na área.

 

Percebendo que estava a ser encurralado, Muvevi abandonou o seu veículo Toyota Allion e fugiu a pé para a montanha Chigora. Além do carro, a polícia apreendeu ainda um telemóvel Techno e uma espingarda ZRP FN carregada com quatro munições. Na semana passada, dirigindo uma viatura Toyota Allion, Muvevi chegou ao santuário da seita apostólica às 14h30, onde os membros se reuniram para suas orações de sexta-feira e, imediatamente, sacou uma arma de fogo e atirou contra os líderes da seita à queima-roupa.

 

Muvevi entrou sorrateiramente em Moçambique através de um ponto de passagem ilegal logo após tentar matar Raphael Nyahwema, de 23 anos de idade, filho do guarda da Escola masculina de Mutare.

 

Nyahwema contou como evitou por pouco ser vítima de homicídio após um encontro angustiante com o suspeito de triplo homicídio. Ele disse que estava embriagado quando se deparou com o suposto “killer” que havia ido ao alojamento dos funcionários da escola em busca de comida. O filho do guarda da escola confrontou Muvevi, exigindo saber o que o ex-polícia queria no recinto escolar.

 

Isso não caiu bem para Muvevi, que sacou uma pistola e disparou três tiros contra Nyahwema, mas este errou. Nyahwema conseguiu fugir do local e Muvevi desapareceu. Testemunhas disseram que Muvevi invadiu a escola na tarde de domingo e exigiu comida, antes de abrir fogo contra Nyahwema, que o confrontou.

 

"Muvevi chegou à escola no domingo à tarde e foi até a zona da escola, onde ficam alguns de nossos funcionários. Ele confrontou uma das senhoras e exigiu comida. Percebi que ele tinha uma arma e como estava encurralado, tentei pegar um cabo de enxada e foi quando ele abriu fogo. As balas não me atingiram por um triz e eu saí correndo do local gritando por socorro", disse Nyahwema.

 

O director da escola, Phillip Padhuze, confirmou o incidente, dizendo que Muvevi disparou três tiros no terreno da escola, mas ninguém ficou ferido.

 

"O filho de um dos nossos guardas confrontou-o e abriu fogo contra ele. Ele errou e nenhuma das balas lhe atingiu. Os nossos alunos não foram afectados pelo tiroteio, pois o atirador desapareceu após disparar os tiros. A polícia reagiu rapidamente e forneceu segurança para nossos alunos durante toda a noite", disse Padhuze.

 

Zvikomborero Mangorwa, que foi confrontada por Muvevi enquanto ela tomava banho, disse que ele bateu violentamente à porta e exigiu que todos os ocupantes da casa saíssem.

 

"Eu estava a tomar banho quando ele bateu à porta. Quando abri a porta, percebi que havia uma pessoa armada na nossa porta. Ele pediu comida, mas eu recusei. Então perguntou onde estava e respondi que estava na escola de Mutare. De seguida pediu informações sobre como chegar a Moçambique.

 

Mangorwa explicou que ele estava descalço e vestindo um macacão azul. Ele fingiu ir embora, mas quando minha irmã voltou para casa, ele confrontou-a. Tentei sinalizar para minha irmã tomar cuidado porque ele estava armado, mas minha irmã não conseguiu ler o meu sinal. Ela continuou conversando com ele enquanto ele estava sentado do lado de fora do pavilhão.

 

"Insistiu que queria comida e até disse que estava preparado para cozinhar a sua própria comida, mas minha irmã se manteve firme e disse que não podia permitir que um estranho entrasse na sua casa", disse Mangorwa.

 

"Quando alguns dos trabalhadores vieram à nossa casa depois de ouvir os tiros, Muvevi começou a afastar-se. Um dos telefones tocou e ele voltou e ameaçou atirar nele por falar ao telefone. Mais tarde, ele afastou-se e desapareceu no matagal", acrescentou Mangorwa.

 

Muvevi então saltou a fronteira para Moçambique, onde foi preso por agentes da polícia moçambicana depois de criar cenas mais dramáticas. Jaison Muvevi acabaria sendo detido pelas forças de segurança moçambicanas em Manica, perto do Posto Fronteiriço de Forbes, após quatro dias em fuga. Acredita-se que Muvevi foi em tempos um negociante de ouro.

 

Entretanto, as últimas informações acabadas de chegar à redacção da "Carta" indicam que Jaison Muvevi foi extraditado ainda ontem (17) à tarde para o Zimbabwe, sob forte escolta policial. (Carta)

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse ontem que Moçambique está em “transformação estrutural” para uma economia diversificada, destacando o investimento estrangeiro como fundamental no processo.

 

“Moçambique está em processo de transformação estrutural da sua economia, expansão e diversificação da base produtiva no quadro da Estratégia Nacional de Desenvolvimento, visando impulsionar o desenvolvimento e elevar as condições de vida da população”, declarou Filipe Nyusi.

 

O chefe de Estado moçambicano falava durante a sessão inaugural da cimeira global “Vozes do Sul”, que decorreu em formato virtual.

 

No quadro das estratégias para melhorar a vida dos moçambicanos, prosseguiu o chefe de Estado, a cooperação internacional é fundamental, na medida em que o país africano possui potencial em diversas áreas, com destaque para a indústria extrativa e energia.

 

“Temos muito interesse em desenvolver e fortalecer a cooperação internacional, parcerias produtivas que contribuam para acrescentar valor, transformando os recursos dentro do país e para acelerar o crescimento económico do país e ao nível global”, acrescentou.

 

Segundo o chefe de Estado moçambicano, a aposta em estratégias que fortaleçam os recursos humanos é uma prioridade, bem como o desenvolvimento de infraestruturas de produção.

 

“É desejo de Moçambique ver aumentado o investimento e acesso aos recursos financeiros e tecnológicos centrados no desenvolvimento de recursos humanos”, concluiu Filipe Nyusi.

 

A cimeira, que contou com a participação do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, juntou dirigentes de “países que partilham um legado histórico, marcado por vários flagelos, entre eles, lutas pelas independências”, segundo uma nota da Presidência da República.(Lusa)

O Instituto Nacional dos Transportes Rodoviários (INATRO) informa ao público em geral  que reabriu os postos de atendimento aos utentes no Jardim Tunduro e no Centro de Inspecções Periódicas Obrigatórias, na Cidade de Maputo, com vista à renovação e emissão da segunda via da carta de condução.

 

Os mesmos serviços serão reabertos e introduzidos em todas as capitais provinciais e nos distritos com elevada procura dos serviços da instituição.

 

Com vista a facilitar ainda mais o atendimento público, o INATRO criou um portal de atendimento, que pode ser acedido pelo seguinte endereço: http://www.balcaovirtual.inatro.gov.mz. Através deste canal, o utente pode agendar vários serviços, incluindo a renovação e emissão da segunda via da carta de condução, sem necessidade de deslocação.

 

Estas medidas visam evitar a aglomeração de pessoas nas delegações do Inatro e melhorarna qualidade de serviço ao utente.

 

“Por um INATRO, I.P., mais próximo do cidadão através da digitalização dos seus serviços”

 

Maputo, 06 de Janeiro de 2023

domingo, 08 janeiro 2023 15:05

BCI conquista 16 distinções em 2022

O BCI tem tido um destacável reconhecimento nacional e internacional, nos últimos anos. Em 2022 a actividade do Banco continuou a merecer várias distinções do público e de diversas entidades independentes nacionais e internacionais de reconhecido mérito. Entre as distinções atribuídas ao BCI, no ano transacto, um total de 16 galardões merece especial destaque:

 

“Best Commercial Bank – Mozambique” e “Best Private Bank – Mozambique”, pela revista norte-americana World Economic Magazine; “Best Bank - Mozambique 2022”, “Best Banking Digital Transformation -  Mozambique 2022” e “Best Environmental & Social Performance // Mozambique 2022”, atribuído ao BCI pela International Investor Awards; “Best SME Bank in Mozambique 2022”, pela Global Finance; e “Best Commercial Bank - Mozambique 2022”, atribuído pela Global Economic Awards.

 

O BCI arrecadou o galardão de nível máximo (“Diamond Arrow”) nas categorias de ‘Banca de Empresas’, ‘Cartões de Crédito’, ‘Banca de Particulares’, ‘Empresas/ Instituições Mais Confiáveis Em Moçambique’; e “Empresas/Instituições que realizam o seu negócio da forma mais ética em Moçambique”, atribuído pela PMR Africa, enquanto o Corporate Banking foi galardoado pelo seu excelente desempenho, na categoria de “Liderança de mercado” pela Revista Euromoney. Esta última entidade distinguiu ainda o BCI pelo seu contributo ao nível da “Responsabilidade Social”, e pelo reconhecimento das melhores “Soluções Digitais”, tendo o Banco recebido também, da Bolsa de Valores de Moçambique, o título de “Banco com Maior Volume de Negociação no Mercado Bolsista”.

 

Estes prémios representam o reconhecimento internacional do desempenho do BCI no mercado moçambicano, onde, nos últimos anos, tem vindo a assumir um papel de grande relevância na prestação de serviços bancários.

 

O acerto da estratégia de actuação do BCI está alicerçado no profundo conhecimento das necessidades de serviços bancários dos seus Clientes, ajustados a cada segmento da população, através de uma oferta de produtos e serviços diversificada, integrada e em constante aperfeiçoamento.

Válter Danone, a criança de seis anos de idade que há seis meses enfrenta um processo e que há dias foi presente à Primeira Secção Criminal do Tribunal Judicial da Cidade de Chimoio, por ter produzido um vídeo satírico encenando a corrupção na Polícia de Trânsito (PT), volta esta terça-feira ao Tribunal.

 

O juiz que julga o caso solicitou, na primeira audiência, a presença em tribunal de peritos de imagem, vídeos e filmagem para exibir o vídeo de Danone, interpreta-lo e ajudar o magistrado a avaliar se houve ou não crime de exposição de pessoa a perigo, que a Procuradoria da República em Chimoio alega ter sido cometido pelo produtor do vídeo, por sinal o tio de Danone que responde pelo nome de Denilson Daniel.

 

Cabe ao juiz, nesta terça-feira, no seu bom senso, decidir condenar ou absorver o arguido e outros membros da sua família, que há seis meses vem sendo notificados pela Procuradoria em Chimoio, para prestar declarações e responder a interrogatórios pelo seu envolvimento no suposto "crime" cometido por Danone e sua turma. 

 

A procuradoria da República na Cidade de Chimoio entendeu ter havido crime de exposição de pessoa a perigo, pelo facto de uma das três crianças autoras do vídeo ter sido posta ao volante de uma viatura, para encenar e interpretar o papel de motorista e outras duas, por se fazerem passar de agentes da PT e, deste modo, correrem o risco de serem atropeladas. 

 

Esse vídeo humorístico foi interceptado pelas autoridades da PGR em Chimoio, que o interpretaram como sendo "criminoso". Este entendimento originou a "ordem superior para a sua retirada da circulação no Youtube e Facebook, sob pena de agravar o crime e a pena correspondente".

 

Foi assim que a PGR em Chimoio instaurou um processo-crime com acusações, nomeadamente de exposição de pessoa a perigo e difamação e calúnia ao Estado moçambicano, ao encenar contra uma instituição do Estado, no caso a Polícia de Trânsito.

 

Para além dos três menores, a Avó do Danone, a jornalista Raquel Paulo Jorge, e seu filho Denilson Daniel, o produtor do vídeo e a mãe do "artista", foram arrolados no processo que desde Junho deste ano vem tirando sono à família de Danone. 

 

No entanto, o processo ora em julgamento foi considerado por renomados cultores de direito, das artes e cultura e estudiosos de diferentes áreas de conhecimento como sendo "absurdo e infeliz", ao trazer a nu as "fraquezas e limitações" que certos magistrados encaram, ao encontrar crime numa criação artística sarcástica, encenada por crianças e de carácter educativo, através da qual os menores e seu produtor pretendiam criticar a actuação de alguns membros da PT, nas estradas, corroborando com o papel da própria PGR cuja uma das missões é combater a corrupção. 

 

Entendidos na matéria, nacionais e estrangeiros, assim como os "midias" de todo o mundo solidarizaram-se com os acusados e  afirmaram-se "incrédulos e estupefactos" ao verem uma procuradoria de nível da cidade capital de uma província, a batalhar contra a criatividade do menor humorista, que através da arte pretende chamar a atenção a quem de direito, sobre práticas não recomendadas que são levadas a cabo por alguns funcionários e agentes do Estado, violando as leis e infringindo o seu dever moral e profissional de bem servir. (Carta)

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