Cerca de três mil pessoas são esperadas na múltipla exposição sobre a atividade turística ao longo da VI Feira Internacional de Turismo Moçambique, FIKANI, que abre nesta quinta-feira, 22 de Novembro, na cidade de Maputo. O facto foi revelado pelo Presidente da Federação Moçambicana de Turimo, FEMOTUR, Quessanias Matsombe, um dos organizadores do evento.
Atracou em Maputo na terça feira o MSC Música, marcando o início da época de cruzeiros no Porto local e a estreia do Terminal de Passageiros. Esta novíssima infra-estrutura que compreende também um refeitório/cafeteria e um ginásio teve um custo de construção de mais de 66 milhões de meticais e marca o início de uma nova era na recepção de cruzeiros. No seu interior, os turistas podem encontrar diversos serviços: ponto de informação turística, câmbios, transportes e tours turisticos, serviços de telefonia móvel, artesanato e venda de produtos gastronomia local.
Depois do seu violento repúdio contra as declarações de Roque Silva, o solícito e interventivo SG da Frelimo que elevara o PR Filipe Nyusi ao estatuto divino de Allah, o lobby muçulmano de Maputo não ficou de braços cruzados. Esperavam uma reacção pública de Silva? Talvez não! Mas houve quem tivesse considerado o repúdio uma acção exagerada. Roque Silva já se tinha retratado usando os canais discretos na sua relação com a comunidade. Longe dos holofotes. Alguém na comunidade forçou aquela reacção, aquele registo de grupo de pressão.
Em Fevereiro deste ano, uma mensagem alarmista viralizou nas redes sociais: o viaduto da Ponta Vermelha, nomeado em homenagem ao Eng. Alcântara Santos, um ferroviário perecido com Samora Machel em Mbuzini em 1986, estava ruindo. A razão do alarme tinha uma base, movediça: uma chapa metálica de revestimento da junta de dilatação cimeira, ali onde um dos tabuleiros se une à massa de betão incrustada na terra, tinha sido removida. A chapa metálica escondia uma “fissura” no topo da estrutura, um espaçamento de cerca de 10 cm deixado propositadamente aquando da construção da obra (entre 1971 e 1974) para permitir o movimento esperado das peças do tabuleiro (6 peças).
Quando Rogério Zandamela tomou conta do Banco de Moçambique vindo do FMI em 2016 atiraram-lhe logo com a alcunha de Xerife, alguém que empunhava uma estrela reluzente de autoridade no peito e duas “smith and wesson” nos coldres. A imagem era como que para matar uma sede por autoridade...o sector financeiro, apanhado na armadilha dos bonds das Ematuns, precisava de um valente safanão. O Metical derrapava a olhos vistos. A banca comercial apenas cumpria a espaços os índices prudenciais do banco central. Impondo uma política monetária restritiva, o Xerife amainou a erosão inflacionária e estabilizou a taxa de câmbio na ordem dos 60 Mts por cada USD. O maior teste, no entanto, estaria por vir. O Moza mergulhara numa crise profunda principalmente motivada por seu envolvimento na contratação da nociva dívida oculta, e outras coisas de gestão patentes numa auditoria da Ernst and Young.
Usando um tacanho juridiquês e fazendo tábua rasa a questões fulcrais de mérito, o CC afastou a AJUDEM de Samora Machel Junior da corrida eleitoral na autarquia de Maputo. Depois que foi estabelecido em 2003 sob a batuta do jurista Rui Baltazar, o Conselho Constitucional (CC) tornou-se rapidamente num sólido pilar dentro no nosso precário sistema de integridade. Apesar de ser composto na base de uma proporção guiada pela representatividade parlamentar dos partidos políticos, cabendo à maioria da Frelimo indicar a maioria dos juizes, suas decisões eram unicamente baseadas nos ditames da Lei e do bom senso, em defesa da Constituição contra quaisquer desvios de inclinação partidária.
Os representantes dos bancos filiados na Associação Moçambicana de Bancos estiveram reunidos hoje com o Primeiro Ministro e ofereceram-se para pagar o valor exigido pela BizFirst para levantar o sistema. O acordo alcançado hoje afasta a Rede SIMO da relação com a empresa portuguesa. Os bancos comerciais vão a partir de amanhã rubricar contratos bilaterais com a BizFirst e pagarão na totalidade 3 milhões de Euros por uma renovação da licença por tempo indeterminado e 500 mil Euros para um ano de manutenção. O Banco de Moçambique que não queria se envolver com o BizFirst acabou cedendo a uma pressão política. Logo que todos os bancos pagarem o valor de cada fatia, o sistema vai ser levantado. A BizFirst fez uma exigência: entraria no acordo com a banca comercial desde que a SIMO não fosse envolvido.
Na semana passada, aquando da “exposé” sobre a selva (ou paraíso) fiscal no sector privado da Educação em Moçambique prometi trazer também os contornos da “mafia” curricular vigente. A revelação carecia ainda de um trabalho de campo, para evitar mencionar escolas em concreto sem dar-lhes a oportunidade soberana do contraditório. Não queria apontar o dedo acusador sem que elas se pronunciassem. Esse trabalho de campo estava a ser feito.
O novo documento de estratégia da EDM (2018/2028) coloca uma fasquia ambiciosa: levar eletricidade a todos os recantos de Moçambique até 2030. Mas o documento, com uma lógica de intervenção clara, que enfoca também em coisas como qualidade e corporate governance, coloca o dedo nalgumas feridas: os valores subsidiados que a Eskom sul-africana paga pela energia da HCB. O atual PCA da EDM, Mateus Magala está de saída, devendo deixar a empresa em finais de Setembro.
Há pouco mais de duas semanas, os dois destacados juristas moçambicanos, sumidades da interpretação doutrinal do direito, impuseram-se contra a deliberação inicial da Comissão Nacional de Eleições (CNE), nomeadamente quando esta votou pela inelegibilidade do Eng. Venâncio Mondlane (proposta da Renamo para sua cabeça de lista em Maputo) em função da sua renúncia a um cargo anterior de membro da Assembleia Municipal de Maputo. A deliberação da CNE penalizava Mondlane por essa renúncia. Teodato Hunguana e Teodoro Waty esgrimiram argumento destinto. A renúncia era para evitar uma incompatibilidade. Hunguana foi também cáustico quando demonstrou que o procedimento da CNE na tramitação do processo da AJUDEM e de Samora Machel Júnior era como alguém metendo os pés pelas mãos, que tentava rejeitar liminarmente aquele grupo quando a lei indicava outro caminho. A CNE estava a mostrar incompetência gravosa ou qualquer coisa insondável.