Um guarda do palácio da governadora do Niassa, Francisca Tomás, morreu na noite da última sexta-feira num ataque protagonizado por homens armados contra um camião na zona do rio Ruassa, que faz a fronteira entre as províncias do Niassa e Cabo Delgado. O ataque, que está a ser relacionado com a “insurgência” em Cabo Delgado e não com simples banditismo, ocorreu já à entrada da província de Cabo Delgado, precisamente no distrito de Balama. “Carta” soube que o camião transportava mercadoria do Niassa e seguia com destino à cidade de Pemba. O veículo foi atingido depois de atravessar o rio ao longo da mata em direção a vila de Balama.
Renamo vai recorrer dos resultados das eleições na Vila autárquica de Marromeu, logo que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) divulgar o apuramento final do pleito, confirmou José Manteigas, porta-voz do partido. Manteigas adiantou que todos os procedimentos legais estão a ser preparados, desde a reunião de provas da alegada fraude ou viciação de resultados às actas não assinadas pelos membros da Renamo, integrados nos órgãos de gestão eleitoral. “Nós estamos sempre posicionados e futuramente vamos submeter o processo de contestação nas instâncias judiciais”, afirmou Manteigas.
A Vodacom e a Motivel ganharam os canais disponíveis para que cada uma possa instalar a tecnologia de transmissão de dados 4G, na sua versão avançada. As três operadoras, incluindo a Mcel, foram comunicadas na sexta-feira pelo INCM (Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique) dos resultados do recente leilão lançado para o efeito. As duas primeiras adquiriram dois canais de frequência necessários para implantarem o serviço mais recente de transmissão de dados. A Vodacom e a Movitel podem agora pôr em marcha um o 4G avançado. A Mcel estará se atrasando nesta corrida para uma maior satisfação do consumidor. A Vodacom e Movitel ganharam quatro dos 5 lotes em disputa. O leilão para atribuição de direitos de utilização de frequências nas faixas de 800 Mhz, 1800 Mhz e 2.6 Ghz foi relizado no passado dia 25 de Outubro. Os preços bases de licitação eram de 15.000.000 USD (para as faixas de 800 MHz e 2.6 GHz) e 30.000.000 USD para a faixa de 1800 MHz.
O Comandante Provincial da Polícia da República Moçambique, em Nampula, Manuel Zandamela, proferiu ameaças a um grupo de jornalistas na cidade de Angoche, na semana passada. A ameaça foi feita na sequência de um artigo publicado pelo jornal @Verdade que, entre vários assuntos, apontava Zandamela como sendo um dos dirigentes da corporação que contribuiu para o aumento da criminalidade, na província, logo que ele assumiu funções.
O mesmo artigo acusava Zandamela de ser complacente com novas artimanhas de criminosos. Zandamela não gostou e, na semana passada, sobretudo na segunda e terça-feiras, aproveitou a viagem do Governador da província, Victor Borges, ao distrito de Angoche, durante a qual tentou "ajustar as contas" com os jornalistas. "Quero conversar com todos os jornalistas. Quero conhecer quem é que escreveu que desde que entrei o crime aumentou em Nampula”, vociferou ele, num encontro com jornalistas locais. (S.L)
O economista moçambicano que o FMI ofereceu ao Governo para dirigir o banco central, Rogério Zandamela, é tido como um “one man show”. Raramente reúne os Conselhos de Administração (CA) do banco. O grosso das suas decisões são tomadas individualmente e faz também um “uso abusivo” do seu voto de qualidade enquanto governador. Esta é a súmula de uma caracterização da atuação de Zandamela, partilhada à “Carta”. O nome de Zandamela esteve no centro do debate público na semana passada por causa da sua gestão errática do apagão do sistema financeiro nacional. Uma contestação contra a atuação do governador ganhou corpo. Quatro destacadas organizações da sociedade civil local exigiram a sua demissão.
Quando se esperava que o processo eleitoral de Marromeu fosse transparente e justo, eis que a Polícia da República de Moçambique (PRM) e a Comissão Distrital de Eleições (CDE) decidem assumir a paternidade das eleições, criando artimanhas e viciações para alterar aquela que era a tendência do voto, conforme aponta o relatório do EISA, uma organização regional de monitoria de eleições. A contagem paralela do EISA e doutras organizações da sociedade civil davam vitória à Renamo com 59,5 %, contra 32,7 da Frelimo e 7,7 % do Movimento Democrático de Moçambique (MDM). Mas a CDE acabou declarando a Frelimo como vencedora do escrutínio com 9.143 votos (48,10%), contra 8371 (44,04%) da Renamo e 1493 (07,86%) do MDM, numa eleição que contou com a participação de 20.207 eleitores dos 28.211 eleitores inscritos. As organizações da sociedade civil que observaram as eleições são todas unânimes em afirmar que as eleições foram uma vergonha e contribuem negativamente contra a construção de Estado de direito democrático. O relatório dos observadores as eleições insiste no entanto de que foi um “autêntico fiasco e houve fabricação de resultados fantasmas”.