O especialista brasileiro do sector do turismo, Carlos Ferreirinha, defende que o nosso país tem uma excelente oportunidade para dinamizar a indústria turística, aliando a sua riqueza cultural e a localização geográfica. Esta ideia foi defendida, esta terça-feira (23), em Maputo, durante um workshop executivo, organizado pelo Instituto Nacional do Turismo (INATUR).
Segundo o especialista, mestre em Mercado e Marcas de Luxo e com mais de 25 anos de experiência, com o terrorismo a abalar os continentes Europeu e Americano, os turristas tendem a descobrir novos destinos, menos explorados e não massificados e essa tendência dá ao nosso país uma excelente oportunidade para dinamizar a indústria turística, aliando também a riqueza cultural e a localização geográfica.
Para a efectiva dinamização do sector turístico, Ferreirinha afirma que Moçambique precisa desenhar estratégia de comunicação digital que consiga rapidamente dialogar com o mundo inteiro. Nessa estratégia, explica que o país precisa educar o mundo daquilo que é importante para si e, contrariando a imagem negativa que é muitas vezes veiculada na media, sobretudo em filmes.
“Adicionalmente, é necessário tornar-se a relação público-privado do país mais forte, onde ambos deverão juntar sinergias para descobrir prioridades, como melhorar questões de entradas, infra-estruturas, vistos, entre outros que são fundamentais para dinamizar o diálogo internacional”, acrescentou.
Ferreirinha disse ainda ser necessário a coesão de toda a cadeia da indústria turística e demais operadores económicos e a sociedade em geral, pois, o turista não é apenas cliente duma empresa de aviação civil que lhe leva ao hotel, mas também dum comerciante, de um posto de abastecimento de combustível, freguês de uma clinica, etc. e esses todos intervenientes devem facultar um ambiente memorável que leve o turista a distinguir o país de outros destinos turísticos.
A fonte sublinhou que, embora tenha chegado há poucos dias do Brasil, percebeu que os moçambicanos são hospitaleiros, o que é muito favorável ao turismo.
De acordo com os dados do Ministério da Cultura e Turismo, em 2018 entraram no país 2.116.387 turistas estrangeiros, o que representa um aumento em 602.747 visitantes, em comparação com igual período do ano anterior, em que “hospedamos” 1.513.640 estrangeiros. Das visitas do ano passado, o Estado arrecadou 128,5 milhões de USD. (Evaristo Chilingue)
A empresa de telefonia móvel Tmcel acordou, com parceiros chineses, um investimento conjunto de 153 milhões de USD em tecnologias de ponta. Um acordo foi assinado hoje em Pequim entre a Tmcel e a gigante de telecomunicações chinesa Huawei.
Numa primeira fase, 23 milhões de USD serão investidos pela própria Mcel, com verbas resultantes da venda de activos que não são o foco principal dos seus negócios. Fontes na capital chinesa disseram à AIM que os termos do acordo indicam que o projeto deve começar “com a urgência necessária”. A assinatura coincidiu com o primeiro de seis dias de visita do presidente moçambicano, Filipe Nyusi, à China.
Logo após a sua chegada a Pequim, Nyusi elogiou a Tmcel pela sua nova postura. “Sabemos que, além dos esforços do governo, a própria empresa está usando seu próprio capital para realizar os investimentos necessários”, disse ele, num encontro com empresários moçambicanos. "Isso é saudável e é assim que as coisas devem acontecer".
Por sua vez, o ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, disse à AIM que outro acordo de cooperação bilateral com a China, envolvendo um investimento de quase 130 milhões de USD, está prestes a ser alcançado.
"O investimento já foi aprovado pelo governo chinês e agora estamos a afinar aspectos práticos para o desembolso”, disse ele. O projecto envolve a renovação da tecnologia de comunicações a nível nacional, com a implementação de um novo serviço de fibra óptica, ligando o norte ao sul de Moçambique e a todos os países vizinhos. (AIM)
O resultado líquido do banco Millennium bim atingiu o valor mais elevado dos últimos quatro anos, passando de 3.391 milhões de Mts em 2015, para 6.367 milhões de Mts em 2018. No seu relatório e contas de 2018, recentemente publicado, o PCA do banco, Rui Fonseca, diz que o resultado é apoiado pela gestão eficiente de custos, confortável posição de liquidez, adequado nível de capital, e resiliência para enfrentar choques adversos da conjuntura de mercado.
Para além do resultado líquido, há outros indicadores que demostram os resultados crescentes e sustentáveis do Millennium bim em 2018. Destaque vai para activos totais do banco que evoluíram para 148.883 milhões de Mts, um acréscimo de 10% comparado com o ano anterior. Por outro lado, os recursos totais de clientes aumentaram 9%, passando de 104.265 milhões de Mts para 113.864 milhões Mts. “Esta variação crescente resulta da dinâmica da actividade comercial e pagamentos efectuados pelo Estado a empresas privadas”, afirma Rui Fonseca.
No ano económico de 2018, o produto bancário do Millennium bim manteve uma trajectória crescente, tendo atingido 16.462 milhões de Mts, representando um aumento de 9%. Os rácios de eficiência e rendibilidade de capitais próprios médios do banco situaram-se em 38,96% e 22,36%, respectivamente. Segundo o PCA do Millennium, as medidas correctivas adoptadas pela gestão do banco na recuperação do crédito vencido, concorreram para a melhoria do rácio de crédito com incumprimento, que registou uma diminuição, passando de 5,55% em 2017 para 5,47% em 2018.
Relativamente aos capitais próprios daquela instituição financeira, o relatório e contas indica que aumentaram 17%, (em 2018 atingiram 30.822 milhões de Mts), contribuindo no fortalecimento do rácio de solvabilidade, que evoluiu para 39% em 2018.
No ano passado, a rede de balcões do Millennium bim atingiu 193, conjugado com um aumento do número de ATM´s e POS, para 520 e 7.792, respectivamente. No relatório e contas, consta também que o número de agentes bancários do Millennium bim evoluiu para 342, resultando numa expansão geográfica dos serviços que o banco disponibiliza. A base de clientes cresceu significativamente nos últimos quatro anos (de 1.454 para 1.760 milhares), alavancada pela expansão da rede bancária, lançamento de novas plataformas digitais e soluções tecnológicas com objectivo de servir mais e melhor os consumidores financeiros. (Evaristo Chilingue)
O Governo, através do Ministério da Economia e Finanças, confirma ter alçando um acordo para reestruturar a dívida de 535 milhões USD da Mozambique Asset Management SA (MAM), uma das 3 empresas que contraiu empréstimos com garantias soberanas ilegais entre 2013 e 2014. A confirmação foi dada pelo Ministro do pelouro, Adriano Maleiane em entrevista na última quinta-feira (18) ao jornal @Verdade.
“Com o VTB e MAM estamos num nível como estamos com os bondholder, existe um acordo de princípios mas também na base daquilo que agora aconteceu [caso de corrupção revelado pela justiça norte-americana envolvendo o ministro Manuel Chang e outros arguidos do banco Credit Suisse e do Grupo Privinvest] estamos a melhorar o modelo para que o Estado não seja prejudicado”, revelou Maleiane. A dívida da MAM (de 535 milhões de USD) foi contraída em 2014 ao banco russo VTB Capital com garantia soberana do Estado assinada pelo então ministro Manuel Chang, mas sem aprovação da Assembleia da República e violando o limite da Lei Orçamental daquele ano.
De acordo com o @Verdade, o contrato de financiamento à MAM previa que a amortização do capital, deveria ter iniciado a 23 de Maio de 2016 e se tivesse sido honrada estaria terminada a 23 de Maio próximo, acrescida de juros custaria a empresa 644.021.520 USD. “A MAM nunca pagou nenhuma amortização e o Executivo de Filipe Nyusi também não, portanto ambos estão a dar um calote ao banco russo que só em juros vencidos em 2018 contabilizava 188 milhões de USD aos quais se juntavam penalizações de 14 milhões USD”, escreve o jornal.
Ao periódico, Maleiane não disse qual é o modelo de reestruturação que está acordado, mas o @Verdade adianta que “será similar ao acordo com os “bondholders da EMATUM que passa por reduzir para um montante sustentável as prestações dos juros a serem pagas até 2023 e a partir de então, já com as ansiadas receitas da exploração do gás natural existente na Bacia do Rovuma, efectuar amortizações significativas e pagar tudo até meados da década de 2030”, diz o jornal, acrescentando que no total Moçambique iria pagar cerca de 1,5 bilião de USD. (Carta)
É já no dia 01 de Maio próximo que entram em funcionamento os serviços nocturnos dos transportes de passageiros na Área Metropolitana de Maputo (AMM), a serem explorados pela Agência Metropolitana de Transportes de Maputo (AMT), e obedecendo ao horário diário das 23h00 às 06h00, com periodicidade de hora em hora. Nos serviços em causa será cobrada a taxa única de 35 meticais, independentemente da origem e/ou destino do passageiro. Em cada rota haverá um coordenador, a quem os passageiros ou qualquer entidade poderão ligar para obter mais informações.
Nos autocarros do serviço nocturno serão colocadas placas frontais e laterais, e também pirilampos no topo do carro, como forma de dar maior visibilidade ao autocarro e facilitar a sua identificação pelos passageiros e autoridades policiais.
No total serão nove as rotas de transporte nocturno, com a particularidade de poderem ter vários pontos de paragem nos bairros onde se regista maior procura daquele tipo de serviço. Uma das rotas é o corredor da N1 que sai do Hospital Central de Maputo, com passagem pelas avenidas Eduardo Mondlane, 24 de Julho, Praça 16 de Junho, União Africana, Avenida de Moçambique, Ponte do Zimpeto, Estrada Circular e Terminal Matola Gare. A segunda rota será a do corredor da Machava. Seguem-se os corredores de Boane, Matola, Magoanine, Av. Angola, Nkobe, KaTembe e Costa do Sol. (Marta Afonso)
O Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou, na passada sexta-feira, 19, a concessão de um empréstimo de emergência para Moçambique no valor de 118.2 milhões de dólares norte americanos. A assistência financeira, cedida no âmbito da Facilidade Rápida de Crédito (RCF na sigla inglesa), visa suprir o elevado défice orçamental e de financiamento externo decorrente das necessidades de reconstrução após o ciclone, que fustigou a região centro do país, no passado mês de Março.
Até ao momento, as autoridades nacionais apontam, como consequência da catástrofe natural, para o registo de 603 óbitos, 1642 feridos e 1, 514, 662 pessoas afectadas. Este é o primeiro desembolso que o FMI faz ao país depois de suspendido a cooperação económica em 2016, na sequência da descoberta de dívidas secretamente avalizadas pelo Governo de Armando Guebuza a favor da EMATUM, PROINDICUS e MAM. O RCF fornece assistência financeira imediata com condicionalismo limitado a países de baixa renda e com necessidade urgente de balança de pagamentos. O financiamento no âmbito da RCF, actualmente, aplica uma taxa de juros zero, tem um período de carência de 5,5 anos e maturidade final de 10 anos. O Fundo revê o nível das taxas de juros para todas as concessões a cada dois anos.
De acordo com uma nota de imprensa da daquela instituição de Bretton Woods, o desembolso ajudará a atender as necessidades imediatas de financiamento do país e desempenhará um papel catalisador na obtenção de donativos de doadores e da comunidade internacional. Apesar de reconhecer os passos que estão sendo dados tendo em vista a normalização da política monetária, o FMI destaca a necessidade de as autoridades moçambicanas permanecerem vigilantes sobre possíveis efeitos de segunda ordem na inflação do choque de oferta causado pelo Ciclone. Aquela instituição diz ainda ser imprescindível, no futuro, o aumento da resiliência da economia e a preparação para desastres naturais e mudanças climáticas. O pedido de Moçambique foi tornado público a 26 de Março último e visa atender os danos provocados pela passagem do ciclone Idai. (Carta)