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Actualizado de Segunda a Sexta

Economia e Negócios

O preço de compra dos activos de rubis em Moçambique das empresas australianas Mustang Resources Ltd and Regius Resources Group Ltd pela canadiana Fura Gems foi reduzido de 15 milhões para 7,8 milhões de dólares australianos, informou a empresa canadiana. A Fura Gems informou ainda que o preço a pagar pelos activos da Mustang Resources, actual New Energy Minerals, foi igualmente reduzido de 9 999 999  para 2,8 milhões de dólares australianos em acções próprias, ao abrigo de um contrato de empréstimo nesse montante concedido à empresa australiana.

Relacionado com este contrato de empréstimo, a Fura Gems procedeu a uma revisão do acordo de fusão dos activos de rubis em Moçambique entre a sua própria subsidiária, Cobadale Ltd, a New Energy Minerals Ltd, a Regius Resources Group Ltd e a Montepuez Minerals Mauritius Ltd.

Em Julho passado, a Fura Gems anunciou ir passar a ser a empresa com maior área licenciada, 1104 quilómetros quadrados, para a exploração de rubis em Moçambique, após a conclusão do processo de fusão de activos mineiros com as empresas australianas Mustang Resources Ltd and Regius Resources Group Ltd.

A empresa canadiana adquiria ao abrigo do acordo alcançado nove licenças mineiras detidas por aquelas duas empresas, pelo que pagaria 15 milhões de dólares australianos, dos quais 3 milhões de dólares em dinheiro e cerca de 12,7 milhões de dólares em acções da própria empresa. (Carta)

O economista chefe do Standard Bank, Fáusio Mussá, considera que o retorno à estabilidade económica e cambial, bem como o controlo da inflação têm contribuído para a atração de mais investidores estrangeiros ao País, que pretendem tirar proveito das oportunidades de negócio que o País oferece. Fáusio Mussá falava na quarta-feira, 28 de Novembro, durante a apresentação sobre o ambiente macroeconómico de Moçambique a uma missão empresarial sul-africana que esteve no País para se inteirar das oportunidades de investimento existentes em diversos sectores.

Para o economista do Standard Bank, há um grande entusiasmo em relação a um conjunto de sectores (energia, agricultura, recursos minerais e energéticos, entre outros), o que tem levado os empresários estrangeiros a procurar cada vez mais informações sobre o País. “Os empresários procuram informações sobre o nível das taxas de juro, sectores que oferecem maiores oportunidades de negócio, áreas em que o País precisa de melhorar e, sobretudo, o apoio que podem ter da banca local, do sector privado e do governo para implementar os seus negócios”, explicou Fáusio Mussá. Durante a sua estadia no País, a delegação empresarial sul-africana escalou a cidade de Pemba, província de Cabo Delgado, para se inteirar da implementação dos projectos de gás natural, tendo, para o efeito, estabelecido contactos e parcerias com o governo e empresariado locais.

“Trata-se de projectos à escala regional e mundial e é natural que estas empresas, sendo de um país vizinho, pretendam participar na sua implementação”, disse o economista chefe do Standard Bank. O Standard Bank tem uma experiência acumulada ao longo dos 124 anos de implantação em Moçambique e é um banco com forte presença na região Austral de África. “Como banco, temos a habilidade de contactar e interligar várias empresas. Ajudamos a fazer a ponte entre as oportunidades de negócio que Moçambique oferece e as fontes de investimento”. Por seu turno, o alto comissário da África do Sul em Moçambique, Mandisi Mpahlwa, referiu que a delegação é composta por 18 empresários ligados aos sectores de energia, equipamentos eléctricos, ferroviário,  aço e manutenção de estradas, interessados em estabelecer os seus negócios em Moçambique.

 “Obtivemos informações de diversas entidades governamentais e do sector privado, tanto em Cabo Delgado como em Maputo, e a vinda desta missão empresarial acontece depois de o Governo ter lançado importantes projectos, tais como a Estratégia Nacional de Electrificação, associada ao Programa Nacional de Energia Para Todos, que, a par dos projectos de exploração de gás natural e das potencialidades em diversos sectores, despertaram o interesse dos empresários sul-africanos”, disse o diplomata. (Carta)

A sul africana Tongaat Hullet inaugurou ontem em Xinavane uma nova refinaria de açúcar branco, representando um investimento de cerca de dois mil milhões de Meticais. A capacidade atual de refinação de açúcar branco em Moçambique é de cerca de 20 000 toneladas/ano, mas estima-se que o consumo do mercado nacional seja de 70 000 toneladas/ano. A maioria das necessidades de açúcar refinado de Moçambique é importada. A capacidade de produção desta refinaria, cuja construção foi concluída em Outubro de 2018 é de 90 mil toneladas por ano e será suficiente para atender à demanda local projetada para os próximos 7 a 10 anos.

A refinaria foi projetada pelo Grupo de Tecnologia da Tongaat Hulett (TG). A TG projeta e vende equipamentos de processamento de açúcar há mais de 30 anos e detém 11 patentes em 22 países, incluindo a tecnologia GREEN (Greatly Reduced Equipment Needs).  A construção da refinaria teve a duração de 18 meses e criou 605 postos de trabalho directos de curta duração, o que equivale a um total de 430 729 horas/homem. Os cidadãos moçambicanos ocuparam 436 dos 605 postos criados. A refinaria irá contar com 90 colaboradores permanentes na sua fase operacional.

 A conclusão da refinaria de açúcar, em Xinavane, reforça a posição da Tongaat Hullet como o principal investidor da indústria açucareira em Moçambique.  O açúcar refinado será do tipo industrial e terá a certificação de segurança alimentar FSSC 22000. O açúcar branco é necessário para produzir refrigerantes, laticínios, cerveja, doces e produtos de confeitaria. Prevê-se que o aumento da disponibilidade de açúcar branco contribua para o crescimento destas indústrias em Moçambique. A Refinaria de Xinavane, localizada a cerca de 150 quilómetros do porto de Maputo, está bem posicionada para exportar excedentes de açúcar branco para os mercados regionais africanos.(Carta)

A paridade entre o Metical e o USD, atualmente negociado a uma média de 61.5, deverá continuar oscilando nesses patamares por vários meses antes de cair de volta para o nível de 60. A estabilização deverá acontecer no próximo ano, quando forem tomadas as decisões finais de investimento nas áreas 1 e 4 da Bacia do Rovuma. Estes dados constam da mais recente análise do Standard Bank Research Group cobrindo alguns países africanos. A secção de Moçambique e Angola foi elaborada pelo economista chefe do banco em Moçambique, Fáusio Mussá. De acordo com a análise, qualquer atraso nas decisões de investimento final terá um potencial para aumentar a pressão sobre a balança de pagamentos.

De acordo com a análise, “o Metical permanece apoiado por um câmbio bruto relativamente estável e reservas de perto de 3.1 bilhões de USD, o que representa 6,8 meses de cobertura de

A CTA está insatisfeita com o ritmo de pagamento das dívidas do Estado para com vários fornecedores do sector privado. O Diretor Executivo da CTA, Eduardo Sengo, disse à “Carta” que o processo de validação e pagamento das dívidas está a ser feito de forma morosa e "sinuosa". "A validação e pagamento está a ser feita a uma empresa  de cada vez cada vez e com muitas discussões e retórica. Como consequência recebemos todos os dias empresas que se queixam do processo e pedem a nossa intervenção. Mas a CTA não intervém na negociação direta das empresas, mas sim por todas as empresas", disse Sengo.

De entre os vários requisitos que tornam o processo de validação e pagamento da dívida moroso, Eduardo Sengo apontou a certificação da existência de faturas, notas de entrega e autos de medição, verificação física do fornecimento dos bens e comprovação efetiva da prestação do serviço, devendo a verificação física ser compulsória para os processos sem o visto prévio do Tribunal Administrativo, bem como a certificação da razoabilidade de preços. A CTA não sabe quantas empresas já receberam, mas sabe que, a nível central, há 577 empresas que estão na fila de espera. (E.C.)

A Ncondezi Energy pretende iniciar no primeiro semestre de 2023 a exploração comercial do projecto de mina de carvão e central térmica com 300 megawatts de potência em Tete, província central de Moçambique, informou a empresa britânica em comunicado.

“Esta data faz parte de um novo calendário e programa de trabalho que foi agora ultimado com os potenciais parceiros estratégicos”, como sejam o Ministério dos Recursos Minerais e Energia e a estatal Electricidade de Moçambique, pode ler-se no documento.

O novo calendário prevê que os contratos de construção sejam adjudicados no primeiro trimestre de 2019, que os contratos de venda sejam assinados no primeiro trimestre de 2020 e o envelope financeiro seja alcançado no primeiro semestre de 2020.

O comunicado recorda que o governo de Moçambique pretende fazer com que em 2030 toda a população do país tenha acesso a energia eléctrica, objectivo que inclui a produção de 1350 megawatts em centrais alimentadas a carvão. (Macauhub)