O Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou, na passada sexta-feira, 19, a concessão de um empréstimo de emergência para Moçambique no valor de 118.2 milhões de dólares norte americanos. A assistência financeira, cedida no âmbito da Facilidade Rápida de Crédito (RCF na sigla inglesa), visa suprir o elevado défice orçamental e de financiamento externo decorrente das necessidades de reconstrução após o ciclone, que fustigou a região centro do país, no passado mês de Março.
Até ao momento, as autoridades nacionais apontam, como consequência da catástrofe natural, para o registo de 603 óbitos, 1642 feridos e 1, 514, 662 pessoas afectadas. Este é o primeiro desembolso que o FMI faz ao país depois de suspendido a cooperação económica em 2016, na sequência da descoberta de dívidas secretamente avalizadas pelo Governo de Armando Guebuza a favor da EMATUM, PROINDICUS e MAM. O RCF fornece assistência financeira imediata com condicionalismo limitado a países de baixa renda e com necessidade urgente de balança de pagamentos. O financiamento no âmbito da RCF, actualmente, aplica uma taxa de juros zero, tem um período de carência de 5,5 anos e maturidade final de 10 anos. O Fundo revê o nível das taxas de juros para todas as concessões a cada dois anos.
De acordo com uma nota de imprensa da daquela instituição de Bretton Woods, o desembolso ajudará a atender as necessidades imediatas de financiamento do país e desempenhará um papel catalisador na obtenção de donativos de doadores e da comunidade internacional. Apesar de reconhecer os passos que estão sendo dados tendo em vista a normalização da política monetária, o FMI destaca a necessidade de as autoridades moçambicanas permanecerem vigilantes sobre possíveis efeitos de segunda ordem na inflação do choque de oferta causado pelo Ciclone. Aquela instituição diz ainda ser imprescindível, no futuro, o aumento da resiliência da economia e a preparação para desastres naturais e mudanças climáticas. O pedido de Moçambique foi tornado público a 26 de Março último e visa atender os danos provocados pela passagem do ciclone Idai. (Carta)