Com o objectivo de aprofundar o conhecimento do trabalho da escritora moçambicana, terá lugar no próximo dia 27 de Fevereiro, às 17h00, uma sessão intitulada “Paulina Chiziane: A Literatura Liberta, A Literatura Emancipa”, dinamizada pela investigadora Sara Jona, na Biblioteca do Camões - Centro Cultural Português. Durante este encontro, Sara Jona propõe uma tentativa de compreensão de que modo Paulina Chiziane estimula os seus leitores para a libertação de mentes oprimidas e para a emancipação da mulher. Para tal, utilizará como exemplos as obras Ventos do Apocalipse, Niketche: uma história de Poligamia e As Andorinhas.
Notas Biográficas: Paulina Chiziane é natural de Manjacaze (1955-). Afirma-se no panorama literário moçambicano como contadora de estórias, inspirada nos contos à volta da fogueira, sua primeira escola de arte. Frequentou o curso de Linguística na UEM e publicou a sua primeira obra Balada do amor ao vento, em 1990, que representa o primeiro romance publicado por uma mulher moçambicana. Seguiram-se Ventos do Apocalipse (1993), O Sétimo Juramento (2000), Niketche: Uma história de poligamia (2002), O Alegre Canto da Perdiz, (2008), As Andorinhas (2009), Por Quem Vibram os Tambores do Além (2013), Na Mão de Deus (2013), Ngoma Yethu: O Curandeiro e o Novo Testamento (2015), até ao mais recente O Canto dos Escravos (2017). Foi distinguida com diversas menções honrosas, entre as quais se destaca o Prémio José Craveirinha, da Associação dos Escritores Moçambicanos, em 2003. A sua escrita combina tradição e originalidade, “numa produção complexa e socialmente valorizada” (T. Manjate). Temática dominante é o tratamento do papel da mulher da sociedade, com os conflitos identitários que derivam da presença de uma diversidade de religiões e de culturas. Paulina Chiziane é uma escritora preocupada com o testemunho do real.
Sara Jona Laisse - Doutorada em Literaturas e Culturas em Língua Portuguesa pela Universidade Nova de Lisboa. Docente de Cultura Moçambicana e Metodologia de Pesquisa na Universidade Politécnica. É consultora em Avaliação de Qualidade de Ensino. É autora de manuais de ensino, artigos publicados em jornais e revistas nacionais e estrangeiras. Publicou o livro Entre o Indico e o Atlântico: ensaios sobre literatura e outros textos e é co-autora da obra Identidade Organizacional: um diferencial para a competitividade das empresas moçambicanas e do Dicionário Português-Bitonga-Português com Compêndio Gramatical. Dinamiza, há três anos, um evento académico denominado “Tertúlias Itinerantes”, no qual investigadores de diferentes áreas de saber e de várias universidades discutem o tema “interculturalidade”. Há 18 anos que mantém um outro programa de incentivo ao gosto pela literatura designado “Tertúlias de Sábado”. Tem participado em vários eventos científicos nacionais e internacionais e tem sido membro de júri em concursos literários no seu país e em outros.
(27 de Fevereiro, às 17Hrs no Centro Cultural Português)
Depois de uma pobre entrevista de emprego, Lulu decide não ir para casa e deixa o marido e os três filhos. Ela não tem nada premeditado, é muito simples. Dá a si mesma alguns dias de liberdade, sozinha, na costa, sem nenhum outro projecto além de aproveitá-la totalmente e sem culpa. No caminho, ela conhecerá pessoas que também estão no limiar do mundo: um pássaro engraçado criado por seus irmãos, um velho entediado até a morte e um empregado assediado por seu chefe. Três reuniões decisivas que vão ajudar Lulu a encontrarem um velho conhecido que ela perdeu de vista: ela mesma. Duração: 90 minutos | Francês com legendas em Português.
(25 de Fevereiro, às 19Hrs no Centro Cultural Franco Moçambicano)
“A Grande Corrupção” é o título do novo livro do escritor e jornalista do “Notícias” Hélio Filimone. O livro foi prefaciado pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, e com o posfácio de Ana Maria Gemo Bié, directora do Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC). A obra aborda amplamente os complexos casos de corrupção no país, um fenómeno caracterizado pelo uso da administração pública para proveito próprio, ou para o benefício de um grupo com quem um determinado indivíduo está associado. O autor relata as várias formas de roubo de dinheiro no Estado, detalha as causas e manifestações da corrupção; os efeitos e os diferentes mecanismos de combate a este mal que corrói o Estado. Ainda no livro, Hélio Filimone aponta as vias legais que os utentes podem usar para denunciar os vários casos de corrupção no país, específicos números de fundos desviados nos últimos dez anos pelos corruptos ao erário público, bem como os montantes recuperados pela Procuradoria-Geral da República, através do Gabinete Central de Combate à Corrupção, órgão especializado para o efeito. Do mesmo modo, discrimina os processos de corrupção tramitados, o número de indivíduos detidos e julgados pelo seu envolvimento nos actos de corrupção, assim como aponta o número de viaturas e imóveis apreendidos das mãos dos corruptos e as medidas que se devem tomar ou apostar para travar e combater a corrupção no território nacional. Outra das componentes do livro é a carga de depoimentos prestados por governantes, juízes, procuradores, polícias, políticos e outras individualidades, todos levantando a sua voz contra a corrupção no país e a necessidade de se responsabilizar os implicados.
(25 de Fevereiro, às 16:30Min no Auditório do BCI)
Dia do CD é um plataforma que visa promover a música nacional e fazer com que o músico e a cultura no geral sejam sustentáveis. Todas as semanas teremos, CD’s de vários músicos moçambicanos (todo estilo musical) a venda. E cada evento vamos trazer um artista para uma sessão de autógrafos isto é, vamos escolher um artista por semana para promoção do seu disco e chamamos ao seu disco CD do Dia.
(24 de Fevereiro, das 10 às 21Hrs no Beergarden)
Espectáculo de teatro mudo, feito a partir de três textos sobre a infância, em banda desenhada, de Marguerite Abouet e Mathieu Sapin, nomeadamente, Attaque de Chats, Match de foot e Langue bien pendule. O espectáculo partilha coisas do quotidiano dos irmãos Akissi e Fofana dentro de casa com relação a seus pais, e fora de casa com seus amigos, mostrando a sua cumplicidade para “aprontar”, mas também as suas divergências, e, a inocência com que analisam e fazem algumas coisas. Do ponto de vista de encenação e da corporalidade, o espectáculo inspirou-se também na teatralidade das imagens da banda desenhada dos mesmos textos supracitados. Trata-se de um espetáculo visual, sem fala, caracterizado por jogo teatral físico. É de interesse de todos (público em geral), contudo, é uma estratégia de inclusão: o público-alvo são as pessoas (sobretudo grupo infanto-juvenil) com deficiência auditiva.
(23 de Fevereiro, às 11Hrs na Fundação Fernando Leite Couto)
Está de volta o evento que une diferentes artistas à volta da palavra, artes e letras já há 15 anos em Maputo. Noites de poesia é já uma tradição na programação cultural da capital do país e pretende continuar a ser uma referência em 2019. E para discutir o tema “A Missão do Artista” naquele que é o primeiro sarau de poesia e música do presente ano, os principais convidados são a escritora Paulina Chiziane e o Filósofo Severino Nguenha aos quais se juntarão o etnomusicólogo Luka Mucavel, a poetisa Hirondina Joshua e Mzwaa, banda musical do vizinho rei eSwatini. Perceber a importância que tem o artista nunca foi tão necessário como nos dias de hoje, em que a pressa e o imediatismo que norteiam as artes parecem ocultar a sua verdadeira essência e poder.
(22 de Fevereiro, às 18:30Min no Centro Cultural Moçambique-Alemanhã)