O Sector da Educação em Sofala acabou recebendo a Escola Primária Completa de Nharimue, na cidade da Beira, depois da recusa inicial, alegadamente, por esta ter sido pintada com as mesmas cores do município, entre outros problemas. O caso indignou várias pessoas, sobretudo, num país onde vários alunos estudam debaixo de árvores, sujeitos a todo o tipo de intempéries.
A direcção provincial de educação naquele ponto do país exigia que o município alterasse as cores usadas para pintar a escola, substituísse os quadros, montasse rampas e corrimão, entre outras exigências. A situação gerou uma agitação e vários debates nas redes sociais, sobre a viabilidade de tais medidas. Entretanto, nesta segunda-feira (12), os mesmos que vinham rejeitando a escola (autoridades da educação), decidiram recebê-la com a mesma pintura e mesmos quadros, mas com pequenas correcções.
Falando à imprensa, a Vereadora de Educação e Cultura no Município da Beira, Alzira Langa, disse que, se a direcção de educação achar que a pintura da escola incomoda e quiser trocar por outra, isso não é problema. "Mas nós como município não vamos mudar porque as cores simbolizam a bandeira do município e não vamos usar nossos fundos para isso”.
Recorde-se que, inicialmente, o sector da educação não aceitou receber a escola construída pelo Conselho Municipal da Beira, alegadamente, porque a mesma ostenta as cores do município, para além de apresentar fissuras e quadros inadequados. (M.Afonso)
Foi retomada no fim da tarde desta segunda-feira (12), com recurso à escolta militar, a circulação na EN380, depois de um grupo de cerca de 20 homens armados ter montado, no último domingo, barricadas naquela rodovia que liga o centro ao norte da província de Cabo Delgado e vice-versa, impedindo a circulação normal de viaturas, motorizadas e peões. A EN380 tem sido alvo das incursões dos terroristas que operam na província de Cabo Delgado.
Fontes disseram à "Carta" que os indivíduos chegaram a cobrar avultadas somas em dinheiro a pelo menos cinco condutores, alguns dos quais, de transporte de passageiros, que faziam o trajecto Silva Macua/Macomia.
"Quase não se passava pelo troço neste domingo. Isso começou por volta das 10h00 e os carros que passaram pouco depois de montarem barricadas tiveram que pagar entre 50 e 100 mil meticais", começou por explicar um motorista que usa com frequência aquele troço.
Devido à situação, muitas viaturas foram obrigadas a recuar, tendo algumas formado longas filas no cruzamento de Silva Macua em Ancuabe e na vila de Macomia. Em Macomia, estavam igualmente na fila as viaturas vindas da escolta militar da localidade Oasse em Mocímboa da Praia. (Carta)
A Ministra de Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH), Carmelita Namashulua, reiterou esta segunda-feira (12) que a Escola Comunitária da Ponta do Ouro só poderá ser reaberta depois de satisfeitas as condições exigidas. O sector da educação continua a exigir que o proprietário da escola tenha licença para continuar a operar neste ramo, mas, para tal, são necessárias várias remodelações naquele estabelecimento de ensino.
A posição da ministra da Educação e Desenvolvimento Humano foi expressa esta segunda-feira, no seu gabinete de trabalho, durante o encontro com os membros do Conselho da Escola Comunitária Graça Machel, localizada na localidade de Ponta do Ouro, no distrito de Matutuine, na província de Maputo.
O encontro surge no âmbito de um pedido formulado por aquele grupo, com objectivo de apresentar as suas preocupações em relação ao encerramento da escola e as possíveis soluções dos problemas constatados pelas equipas de inspecção do sector da educação, uma vez que os alunos estão neste momento a estudar em condições deploráveis.
Depois do encontro que decorreu à porta fechada, "Carta" soube que o sector da educação mantém a sua decisão, segundo a qual o proprietário da escola deve ter licença para continuar a operar neste ramo, mas para que a mesma seja passada, a infra-estrutura deve primeiro passar por várias remodelações.
“A Ministra da Educação continua a exigir que melhoremos o laboratório, o campo, a biblioteca, entre outros aspectos e isto envolve altos custos. Outro aspecto apontado pela ministra, que também bloqueia a autorização para a reabertura da escola, é o facto de terem sido partilhadas com os órgãos de comunicação e nas redes sociais informações sobre o encerramento”, disse uma fonte que falou em anonimato.
Segundo o proprietário da escola, Elias Sibia, neste momento, não há condições para apetrechar a escola, em cumprimento das orientações da Ministra.
“As coisas estão cada vez mais difíceis. Agora não tenho dinheiro, mas começo a pensar em usar aquelas instalações para outros fins. Deus sabe o quanto tentei [...] Neste momento, os alunos que estavam na Escola Comunitária estão a ser entulhados nas salas de aula da Escola Primária da Ponta do Ouro. Antes deste encontro do Conselho de Escola com a Ministra da Educação, eu tinha esperança de receber boas notícias, mas depois do relatório que recebi, já não me sinto muito bem”, explicou Sibia.
Refira-se que a Escola Comunitária Graça Machel foi encerrada no passado dia 24 de Janeiro, poucos dias antes da abertura do ano lectivo 2024, alegadamente, por falta de alvará, cobrança das mensalidades, deficiente ou quase nenhum apetrechamento de alguns compartimentos, entre outros aspectos. (M.Afonso)
A Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC) e a Ordem dos Arquitectos de Moçambique lançaram, na quinta-feira passada, em Maputo, o prémio anual Júlio Carrilho, uma forma de homenagear e preservar o legado do primeiro bastonário daquela ordem e primeiro ministro das Obras Públicas após a independência de Moçambique, falecido em 2021, vítima de doença.
Júlio Carrilho foi também administrador da FDC, professor auxiliar e director do Centro de Estudos de Desenvolvimento do Habitat da Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico da Universidade Eduardo Mondlane.
O prémio, dividido em duas partes, visa distinguir o melhor trabalho de fim de curso de arquitectura, assim como o melhor projecto da área, desenvolvido por jovens até 30 anos de idade.
O lançamento do prémio decorreu durante o primeiro Congresso dos Arquitectos e contou, além dos profissionais do sector, com a presença do ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, Presidente do Conselho Autárquico de Maputo, Rasaque Manhique, Secretário de Estado da Cidade de Maputo, Vicente Joaquim, PCA da FDC, Graça Machel, viúva e filhos de Júlio Carrilho.
“Queremos que sejam valorizados os trabalhos que abarcam o uso racional da água e o uso de energias renováveis, para que possamos contribuir nas acções de adaptação às mudanças climáticas”, disse Graça Machel.
Por sua vez, Fernanda Machungo, esposa de Júlio Carrilho, lembrou as qualidades de Júlio Carrilho enquanto líder, esposo, amigo e professor, destacando sua bondade, honestidade e paciência. “É impossível mencionar Júlio sem mencionar sua paixão pela arquitectura. Os passeios em família aos domingos eram repletos de histórias e lições, tornando cada dia ao seu lado uma experiência enriquecedora e educativa", disse.(Carta)
Celeste Macunha, membro da Assembleia Municipal de Quelimane, eleita no passado dia 11 de Outubro de 2023 e empossada no dia 07 de Fevereiro de 2024, foi encontrada morta por queimadura, no distrito de Nicoadala.
Em vida, Macunha era membro do Comité Distrital do Partido Frelimo em Quelimane. Ela teria sido vista pela última vez na tarde de quinta-feira, um dia depois da tomada de posse, quando participava num funeral em Quelimane.
Surpreendentemente, na manhã da sexta-feira, começaram a circular nas redes sociais imagens do corpo de Macunha, carbonizado em Nicoadala. Falando à imprensa, o legista Emílio Lucas disse que a cabeça da vítima tinha fortes sinais de violência, perpetrada por indivíduos desconhecidos.
“O corpo foi encontrado num estado avançado de carbonização e com partes difíceis de identificar. A vítima encontrava-se ainda com lesões no cérebro sugestivas de terem sido produzidas por um objecto contundente”, explicou.
De acordo com o Director do Hospital Central de Quelimane, Ladino Saúde, além de membro do Partido Frelimo, Celeste Macunha era também funcionária daquela unidade sanitária e tinha sido designada para o sector de limpeza.
“Na sexta-feira ela tinha que entrar para trabalhar, mas não apareceu, o que foi bastante estranho para nós, tratando-se de uma funcionária que nunca se ausentou. A sua ausência preocupou os seus colegas que mais tarde entraram em choque com a notícia da sua morte”.
Por sua vez, o Porta-voz da polícia na Zambézia, Sidner Lonzo, esclareceu que a identificação da malograda só foi possível graças aos documentos da vítima encontrados no local, mas tudo indicava que não foi carbonizada onde o corpo foi encontrado, aventando-se a hipótese de ter sido trazido. Lembre-se que Quelimane é uma das 65 autarquias do país onde o partido no poder (FRELIMO) não venceu as eleições municipais. (Carta)
Os estudantes moçambicanos que estavam acampados no Instituto de Bolsas de Estudo (IBE) há quase uma semana, exigindo o cumprimento de um acordo de financiamento de bolsas no exterior, partiram hoje para o Brasil, constatou a Lusa.
“Já embarcamos”, disse à Lusa Castigo Dias, um dos estudantes bolseiros, minutos antes de o voo deixar o Aeroporto Internacional de Maputo com destino ao Brasil.
A viagem foi financiada pela Emose - Empresa Moçambicana de Seguros.
O grupo de quase 40 estudantes moçambicanos esteve acampado, desde segunda-feira, à porta do IBE, em Maputo, protestando contra a violação de um acordo de cooperação técnica entre aquela instituição e a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), um documento que previa que o Governo moçambicano financiasse as suas bolsas de estudo no Brasil.
Segundo o estudante, o grupo teve as passagens na sexta-feira, após a assinatura de alguns documentos de termos de compromisso e declaração de bolsas no IBE, e finalmente seguiram para as suas casas para se preparar para a viagem.
“Para mim é um sonho realizado, valeu a pena ter ficado ali (no IBE acampado)”, disse Castigo Dias.
Na sexta-feira, a diretora geral do IBE, que não quis responder às questões dos jornalistas, reiterou que nunca prometeu financiar as despesas dos estudantes, embora um acordo, assinado pela própria responsável em junho de 2021, tivesse esta cláusula.
“Reiteramos aquilo que dissemos inicialmente sobre a nossa responsabilidade neste processo em relação às bolsas de estudos, que não passou de um mal-entendido dos estudantes perante este cenário todo”, declarou Carla Caomba.
No acordo, a que a Lusa teve acesso, o IBE assume a responsabilidade de disponibilizar as passagens aéreas para os estudantes moçambicanos, bem como auxílio financeiro mensal para cada um, que varia entre 175 e 200 dólares (entre 163 e 186 euros).
A União Nacional dos Estudantes moçambicanos submeteu ao Provedor de Justiça uma queixa contra o instituto de bolsas, considerando que a falta de assistência aos estudantes, sobretudo aos provenientes de outras províncias do país (um total de 17), é uma “negligência grave".(Lusa)