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segunda-feira, 07 fevereiro 2022 10:01

LAMBDA nega que homossexuais apresentem maior taxa de seropositividade

Tudo começou quando no passado dia 31 de Janeiro de 2022, uma peça noticiosa sobre o resultado do Inquérito Biológico e Comportamental em Homens que fazem sexo com outros Homens viria a viralizar nas redes sociais, principalmente devido as percentagens elevadas que foram apresentados. O estudo foi realizado pelo Instituto Nacional de Saúde (INS) e divulgado há dias na Cidade de Maputo.

 

Entretanto, segundo a nota de imprensa enviada à nossa redacção, a LAMBDA diz que não constituir verdade   que cerca de 49% de homossexuais, na cidade de Maputo, são seropositivos e que a informação avançada em primeira mão no Telejornal da Televisão de Moçambique - TVM, do dia 31.01.2022, a qual não corresponde à verdade.

 

De acordo com a nota, o inquérito do INS não teve como foco a população homossexual, mas sim, os homens que fazem sexo com homens - HSH, ou seja, a peça noticiosa em alusão não só não apresenta com fidelidade os dados referentes ao inquérito do INS, que indicam que na cidade de Maputo, houve um aumento da prevalência do HIV entre os HSH para 14.7% e não 49% como apresenta a notícia veiculada no telejornal da Televisão de Moçambique. 

 

Outrossim, apresenta de forma errada o conceito homossexual, ou seja, assume-se que todos os homens que tem sexo com outros homens sejam homossexuais, o que não constitui a verdade. Pois, a homossexualidade tem que ver com a orientação sexual que se refere ao que cada pessoa pensa e sente sobre si própria e sobre a sua afectividade e sexualidade e por quem se sente atraído afetiva e sexualmente e a expressão HSH designa uma prática, que pode ocorrer entre duas pessoas do sexo masculino independentemente da sua orientação sexual.

 

Segundo a LAMBDA, o inquérito do INS também se dedicou a analisar outras questões como o acesso a cuidados e tratamento de HIV, discriminação e violência bem como a cobertura de programas de prevenção, por exemplo, informa haver uma tendência crescente de sero prevalência na capital do país entre os HSH, em cerca de 14.7%, contra, 5% da cidade de Nampula, 8.3% da cidade da Beira, 3.7% da cidade de Quelimane e 3.5% para a cidade de Tete, respectivamente.

 

A LAMBDA diz que o estudo refere ainda que 40% dos indivíduos das cinco zonas urbanas onde foi realizado o estudo não conhecia o seu estado em relação ao HIV, facto que sugere uma necessidade de aumentar os esforços e intervenções, para garantir que os HSH acedam aos serviços de cuidados e tratamento do HIV, como forma de reduzir o impacto da doença em Moçambique.

 

Além do desconhecimento do estado serológico, o estudo aponta, igualmente, para mais de 45% dos HSH, residentes nas cinco zonas urbanas em referência, que não procuraram nenhum serviço de saúde nos seis meses anteriores ao inquérito. Um indicador da necessidade do reforço dos esforços no combate ao estigma e discriminação contra este grupo populacional.

 

Portanto, para a LAMBDA, a notícia avançada no telejornal da Televisão de Moçambique - TVM, com informação que não corresponde a verdade, não só têm a força de reforçar o estigma e discriminação contra as pessoas homossexuais em Moçambique, mas por outro lado, revela a necessidade crescente de se iniciar um trabalho colaborativo com vista ao aumento de conhecimentos sobre matérias relacionadas aos Direitos Humanos, sexualidade bem como identidade de género. (Carta)

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