Director: Marcelo Mosse

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segunda-feira, 24 janeiro 2022 08:25

Juma Aiuba imortalizado, escreve Aunicio da Silva, de Nampula

A cidade de Nampula acolheu na tarde da última quinta-feira (20) o lançamento, a título póstumo, da obra literária do cronista Juma Aiuba, perecido no ano passado.

 

Intitulado Co ‘Licença, a obra é organizada pela Carta de Moçambique(publicação pela qual foram conhecidos os últimos escritos do escriba) e pelo Centro de Integridade Pública (CIP), e conta com mais de 550 crónicas que, também, foram publicadas nas redes sociais do falecido. Igualmente, a obra contém uma galeria do malogrado, com fotos desde a sua adolescência e o seu percurso, desde o familiar ao profissional.

 

Esta é tida como uma das maiores homenagens de um dos melhores cronistas dos últimos tempos em Moçambique. A sala de uma das instâncias hoteleiras da cidade de Nampula que acolheu o evento ficou pequena, pela moldura que acorreu ao local para homenagear Juma Aiuba.

 

Edson Cortes, Director do Centro de Integridade Pública, foi o primeiro a usar da palavra, e foi convicto a afirmar que Juma Aiuba foi um verdadeiro cidadão e patriota. Advogava para os direitos da maior através da sua escrita singular e única.

 

Por seu turno, Jaibo Mucufo, em representação dos amigos do malogrado, não poupou palavras para elucidar o quanto Juma Aiuba tinha a capacidade de, positivamente, influenciar a tudo e a todos, criando ambientes de convivência pacífica e sã. Mucufo trouxe o Aiuba dos tempos do Kanábadju, arredores de Quelimane, até aos tempos da faculdade na cidade de Maputo. Mucufo trouxe o Aiuba dos tempos do Kanábadju, arredores de Quelimane, até aos tempos da faculdade na cidade de Maputo. As práticas, lembranças e hábitos de Kanábadju foram, por Juma Aiuba, levados até aos mais luxuosos bairros da capital moçambicana.

 

Quem, também, reconheceu os feitos de Juma Aiuba é o delegado da  Associação Nacional de Ajuda Mútua (ORAM), Calisto Ribeiro, com que, profissionalmente, dividiu, com o malogrado, os seus últimos dias de vida. Para Ribeiro, Juma Aiuba ainda vive. Os seus escritos são uma contribuição que o tornaram sempre vivo no seio de cada moçambicano de bem e preocupado com o bem-estar do país.

 

Fátima Camisa é a viúva do Juma Aiuba, emocionada e perante aquela moldura humana agradeceu a todos, em especial ao Marcelo Mosse (director do CARTA), ao Zito Ossumane e outros que não lhe faltaram apoio desde que, precocemente, perdeu o seu companheiro. “Quis assim o destino ele fosse precocemente”, disse a senhora Fátima, prosseguindo que “choramos de dor e angústia”, mas “nesse momento os sentimentos se confundem. Não sabemos se choramos ou se alegramos.

 

Pois, com a graça de Deus existiram pessoas de boa vontade que procuraram encontrar uma forma de imortalizar o que Juma Aiuba gostava de fazer em vida, que era de escrever o dia-dia da sociedade”, tanto que “para a família de Juma Aiuba, este evento não significa apenas o lançamento do livro de Juma Aiuba, significa muito mais, o aprendizado que Juma Aiuba deixa no seio familiar. O quanto é bom fazer o bem ao outrem, e o quanto é bom ser grato e fiel”. Ainda a meio da tristeza da perda de um pai e marido, Fátima Camisa elaborou ainda mais e disse: “eu não sei o que Juma Aiuba pensava quando escrevia. Como esposa eu não sei, mas a única certeza que tenho é de que quando ele pensasse no lançamento do seu livro ele pensava em alguém muito especial, o senhor Marcelo Mosse. Eu não sei se ele sabia  disso, mas ele era muito grato”. (IKWELE)

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