A Associação Rede dos Direitos Humanos (ARDH) repudia a decisão da Companhia Industrial da Matola (CIM) de agravar o preço da farinha de trigo a partir de 15 de Janeiro.
É que com o aumento do preço da principal matéria-prima do pão, tarde ou cedo, o preço deste alimento, considerado básico para a população, poderá conhecer um reajuste.
Na nota a que “Carta” teve acesso, a ARDH diz que o anúncio do aumento do preço da farinha de trigo acontece numa altura em que o custo de vida disparou sem precedentes, deixando muitos moçambicanos sem capacidade financeira para custear as suas despesas básicas.
No seu comunicado, a ARDH diz ainda que, dada a conjuntura económica e financeira do país, associada à pandemia da Covid-19, que levou grande parte da massa laboral ao desemprego, nada justifica o eventual aumento do preço do pão.
Mais adiante, a ARDH afirma que as justificações evocadas pela CIM não são suficientemente claras para sustentar o aumento pretendido, na medida em que o aumento do preço dos combustíveis e da electricidade não afecta exclusivamente aquela companhia.
“Vale lembrar que o Estado também está por detrás destes aumentos que afectam as famílias, devido à decisão que tomou em Dezembro do ano passado de agravar o preço dos combustíveis", refere o documento.
Entretanto, a ARDH insta o governo, através do Ministério da Indústria e Comércio, a revogar com efeitos imediatos a decisão da Companhia Industrial da Matola.
“Propomos ao governo para subsidiar a farinha de trigo, o combustível e electricidade, para se evitar uma eventual subida do preço do pão que em nada vai ajudar a concretização do plano 'Fome Zero" até 2030, que está sendo desenvolvido pelo governo”, conclui o documento. (Marta Afonso)