O distrito de Pebane, banhado pelo oceano Índico, na província da Zambézia, regista nos últimos dias uma forte presença de diferentes especialidades e subunidades das Forças de Defesa e Segurança (FDS). De acordo com fontes militares, a principal razão é que há indícios de parte dos insurgentes ter migrado para aquele estratégico distrito que nos últimos tempos tem recebido vários estrangeiros através de pedras preciosas e semi-preciosas, concretamente no Posto administrativo de Mulela.
Segundo as fontes, a situação é preocupante porque alguns terroristas usam as rotas marítimas para se deslocarem de um local para o outro, daí que a vila distrital de Pebane se encontre há mais de uma semana fortemente militarizada e com militares em constante prontidão, desde o aeródromo local até à costa do oceano e com homens da inteligência à paisana em vários locais.
Lembre-se que, há um ano, uma comissão de parlamentares que se encontravam em visita de trabalho em Pebane, confirmou as denúncias feitas por certas individualidades do distrito sobre o surgimento de várias mesquitas distribuídas desorganizadamente. Entretanto, não houve um desfecho apropriado do caso e muito menos sobre quem eram os proprietários das respectivas mesquitas.
Um outro aspecto, segundo revelaram as nossas fontes, é que o distrito de Pebane se liga a leste com o distrito de Moma, na província de Nampula, uma das regiões onde mais jovens foram recrutados para integrarem o grupo de insurgentes através de aliciamentos financeiros desde 2017. Entretanto, de acordo com fontes militares, nos últimos meses, muitos dos terroristas regressaram para suas zonas de origem e, como teme-se pelo pior, as autoridades governamentais mobilizaram vários contingentes militares para proteger o distrito de Pebane que tem uma larga mata a norte com a Reserva do Gilé.
De salientar que, nos últimos dias, os terroristas passaram a realizar incursões na província de Niassa, concretamente no distrito de Mecula, onde nos últimos dias queimaram uma viatura da Polícia da República de Moçambique (PRM), feriram dois polícias, vandalizaram um hospital local e criaram uma nova vaga de deslocados internos, juntando-se aos mais de 930 mil.(Carta)