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Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

segunda-feira, 11 outubro 2021 13:54

A morte de Nhongo depois do ultimato de Nyusi

A morte hoje em combate de Mariano Nhonho, o líder da chamada Junta Militar da Renamo, confirmada na tarde de hoje pelo Comandante Geral da Polícia, Bernardino Rafael, foi sequência directa do ultimato que o Presidente Nyusi lançou às Forças de Defesa e Segurança (FDS), na última quinta-feira.  

 

Falando no encerramento de um curso para as Forças Especiais da Polícia, na Escola de Formação de Makandzene, em Maluana, província de Maputo, Nyusi disse que queria ver o fim das acções armadas da autodenominada “Junta Militar da Renamo”, liderada por Mariano Nhongo. Ele disse que era inaceitável que o país estivesse a travar duas guerras e instou as Forças de Defesa e Segurança a “neutralizar” Nhongo.  Nyusi estava acompanhado dos ministros da Defesa e do Interior, Jaime Neto e Amade Miquidade, respectivamente, e do Comandante Geral da Polícia.

 

“Quanto à Junta Militar da Renamo, já dei a Nhongo a oportunidade de se render voluntariamente”, disse Nyusi. “Não vou falar muito sobre isso. Exijo que vocês encerrem este dossier ”.

 

Foi a derradeira sentença de morte de Nhongo. Encerrar o dossier era o mesmo que dizer "eliminar" Nhongo. Não se sabe se as FDS teriam tido chance de capturá-lo com vida. Fica apenas registado que ele foi morto em combate”.  Bernardino Rafael disse que as FDS tiveram “um combate de encontro” com o Nhongo e seus homens, por volta das 7.30 de hoje, nas matas de Ndjovo, em Mazamba, distrito de Cheringoma, Sofala. 

 

Rafael disse que a intenção era “neutralizar” Nhongo para que respondesse na justiça. Ele disse que o seu corpo vai ser entregue à família. Com Nhongo foi também morto um dos seus ajudantes e capturadas 3 armas AKM e 96 munições, mais uma pistola.

 

Nhongo separou-se da corrente principal da Renamo em 2019, recusando-se a reconhecer Ossufo Momade como o novo líder da Renamo, embora tenha sido eleito no Congresso da Renamo em janeiro daquele ano. Não aceitou o acordo de paz assinado por Nyusi e Momade em agosto de 2019, continuando a encenar ataques esporádicos, principalmente emboscadas nas principais estradas nas províncias centrais de Manica e Sofala. Sua vida chegou ao fim, não se sabendo ainda qual será a sina dos seus poucos seguidores. (M.M.)

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