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terça-feira, 27 outubro 2020 07:38

Mais de 7.400 deslocados desembarcaram em Pemba em uma semana

O drama dos deslocados, na capital provincial de Cabo Delgado, Pemba, continua lastimável e com contornos cada vez mais catastróficos. Só em uma semana (de 16 a 23 de Outubro), 7.470 pessoas desembarcaram naquele ponto do país, deslocadas de diversos pontos assolados pelos ataques terroristas, naquela província do norte do país.

 

A situação levou a Directora do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), Luísa Meque, a deslocar-se para a cidade de Pemba, para acompanhar a situação de perto. Até quinta-feira da semana finda, lembre-se, o Comité Operativo de Emergência (COE) garantia haver, no país, 424.202 deslocados (30 mil estão na província de Nampula), causados pelos ataques terroristas na província de Cabo Delgado e dos ataques militares nas províncias de Manica e Sofala, protagonizadas pela auto-proclamada Junta Militar da Renamo, liderada por Mariano Nhongo.

 

À comunicação social baseada na terceira maior baía do mundo, Luísa Meque assegurou que o Governo está preocupado com a situação, pelo que o Plano de Contingência 2020/21 inclui a assistência aos deslocados, apesar de não haver um orçamento definido para tal.

 

Entretanto, em entrevista ao Centro para o Desenvolvimento da Democracia (CDD), uma organização da sociedade civil, o Bispo de Pemba, Dom Luís Fernando Lisboa, descreveu a situação como “calamidade pública”, tendo garantido já não haver espaço para receber mais deslocados na cidade de Pemba. Aliás, em Pemba não existem centros de acolhimento, facto que faz com que algumas famílias ainda estejam instaladas na praia de Paquitequete, local de desembarque de maior número de deslocados.

 

Refira-se que entre as pessoas que desembarcaram naquele local, por exemplo, no último sábado, estava uma mulher que perdeu a vida durante a viagem, devido a diarreias fortes. Aliás, outra pessoa que chegou à cidade de Pemba com diarreias fortes perdeu a vida numa unidade sanitária. Sublinhar que as mulheres e crianças continuam liderando as estatísticas das pessoas deslocadas, em Cabo Delgado. (Carta)

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