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quinta-feira, 18 junho 2020 06:30

Apenas 39% da população moçambicana conhece os sintomas do novo coronavírus

Apenas 39% da população moçambicana conhece os sintomas do novo coronavírus. Os dados foram fornecidos, esta quarta-feira, pelo Director de Informação do Instituto Nacional de Saúde (INS), Rufino Carlos Gujamo, durante a Conferência Científica sobre a Covid-19 em Moçambique, organizada por aquela instituição pública.

 

Gujamo, que falava sobre o “Impacto da comunicação na resposta à Covid-19 em Moçambique”, explicou que os dados foram constatados durante um estudo realizado pelo telefone em todas as províncias do país, entre os finais do mês de Maio e princípio do mês de Junho, no qual descobriu-se ainda que no meio rural há menor conhecimento sobre a doença que no urbano.

 

O estudo, realizado em quatro línguas (Emakhuwa, Xichangana, Xisena, Português), revelou também que os indivíduos mais privilegiados têm mais conhecimento sobre os sintomas da doença, sobretudo, os residentes na zona urbana, com idades compreendidas entre 25 e 34 anos de idade.

 

“Relativamente ao conhecimento sobre a Covid-19, foi constatado que 64% das pessoas conhecem ou sabem algo sobre os sintomas, 52% sabem o que fazer em caso de registo de sintomatologia. Entretanto, temos uma redução significativa para cerca de 39% das pessoas que têm conhecimento sobre os sintomas e, simultaneamente, o que fazer em caso de registo de sintomas”, explicou a fonte.

 

Segundo o Director de Informação do INS, a pesquisa revelou também que 40% da população não tem menor conhecimento sobre a lavagem das mãos, utilização da máscara e distanciamento social.

 

De acordo com Gujamo, a pesquisa recomenda a necessidade de se focar no meio urbano e na população de baixa renda, pois, o cenário é mais crítico neste grupo, pelo que é importante pensar nas estratégias que possam ir de encontro com esta camada. Disse ainda ser necessário maximizar-se as oportunidades que as tecnologias de informação fornecem para a disseminação da informação.

 

“Deve-se pensar no meio rural, nas suas características próprias e recursos disponíveis. É necessário pensar em soluções mais criativas para fazer chegar a informação a essas populações e aí a Rádio Comunitária deve ser maximizada na sua utilização, veiculando conteúdos em várias línguas. No meio urbano devem ser maximizadas as plataformas digitais”, defendeu Gujamo.

 

Por seu turno, Anabela Massingue, jornalista da Sociedade do Notícias, falou da necessidade de se aproveitar o privilégio concedido pelas Tecnologias de Informação porque esta doença veio ensinar que o futuro está nos meios de comunicação. Só eles podem ajudar na preparação da sociedade moçambicana e na divulgação de assuntos relacionados à doença. (Marta Afonso)

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