Foi encerrada, no passado sábado, 13 de Junho, a primeira base da Renamo, no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado daquele que é o maior partido da oposição do xadrez político nacional.
A boa nova foi tornada pública por Mirko Manzoni, enviado especial do Secretário-Geral das Nações Unidas e Presidente do Grupo de Contacto, em comunicado de imprensa, sábado último, para quem o acto representa um avanço significativo no processo.
“Hoje, tenho o prazer de informar que, no âmbito do reinício das actividades do DDR, foi oficialmente encerrada a primeira base militar da Renamo”, refere o comunicado assinado por Mirko Manzoni.
O encerramento foi confirmado por uma equipa de inspecção composta por representantes do Governo, Renamo e a Comunidade Internacional, que constatou que na base situada nas proximidades de Dondo, província de Sofala, não havia pessoal, armamento e outros materiais perigosos. E para selar o acto, a nota refere que foi elaborado e aprovado, pelas partes, um “relatório exaustivo e um documento de encerramento”. Esta é a primeira, das 16 bases da Renamo a encerrar no âmbito do DDR.
O enviado especial da Secretário-Geral das Nações Unidas afirma: “os combatentes da base estão agora em casa e a iniciar as suas novas vidas; e para as comunidades da zona marca um regresso à paz”.
O anúncio do enceramento da primeira base da Renamo, no âmbito do DDR, vem uma semana após a retomada do processo, cujo acto teve lugar no Posto Administrativo de Savane, no distrito de Dondo, a 50 Km da cidade da Beira, capital da província de Sofala, em cerimónia que contou com a presença do Presidente da República, Filipe Nyusi, líder da Renamo, Ossufo Momade, e Comunidade Internacional que assiste o processo.
À data, 38 guerrilheiros do maior partido da oposição entregaram as suas respectivas armas e receberam roupa, material de construção e valores monetários que variam de acordo com a patente de cada um.
A retomada do DDR está inserida no âmbito da materialização dos acordos celebrados entre Filipe Nyusi e Ossufo Momade em Agosto de 2019, cuja essência é a devolução da paz perene aos moçambicanos.
O processo, que está a decorrer de forma faseada devido às medidas de prevenção contra a pandemia da Covid-19, prevê abranger cerca de 5 mil guerrilheiros daquele que é o maior partido da oposição do xadrez político nacional.
Importa salientar que o DDR arrancou, oficialmente, a 29 de Julho de 2019, tendo permanecido em “banho-maria” quase um ano devido, entre outros, a constrangimentos de ordem logística, com particular destaque para disponibilidade de fundos. (Ilódio Bata)