Antigos Ministros da Educação e representantes do sector da educação reuniram-se, esta quinta-feira, para discutir estratégias que garantam o reinício das aulas presenciais, após o período de Estado de Emergência, imposto pelo Chefe de Estado, Filipe Jacinto Nyusi, no quadro do combate à pandemia do novo coronavírus.
Segundo a Ministra da Educação e Desenvolvimento Humano, Carmelita Namashulua, a reunião visava colher subsídios junto dos seus antecessores, de modo a estudar as melhores maneiras de reabrir as escolas no país.
“Carta” ouviu a ministra cessante, Conceita Sortane, que defendeu haver necessidade de se retomar as aulas com cautela, tendo em conta os riscos associados a esta matéria. Em entrevista ao nosso jornal, Sortane defendeu a abertura das escolas em fases, começando pela 12ª Classe, tendo em conta a idade dos alunos e o facto de tratar-se de uma classe com exame.
Para a ex-titular do pelouro da educação, o problema de saneamento, que caracteriza as escolas moçambicanas, poderá dificultar o controlo da pandemia nas escolas, pelo que defende a alocação de recursos financeiros e humanos para que as escolas respondam aos desafios impostos pelo novo coronavírus.
Questionada se há condições para cumprir com a regra do distanciamento físico nas salas de aulas, Sortane respondeu: “os alunos serão escalonados. Se uma turma tem 60 alunos, terão de ser divididos, tendo em conta que haverá classes que não vão estudar e haverá salas que não terão alunos”. (Marta Afonso)