A Associação de Comércio Indústria e Serviços (ACIS), uma agremiação composta por perto de seiscentas pequenas, médias e grandes empresas dos ramos industrial, comercial e prestação de serviços, disse, esta quinta-feira, haver empresas que já se ressentem do novo coronavírus, uma doença já declarada pandemia.
Em conferência de imprensa, realizada em Maputo, o Director-Executivo da ACIS, Edson Chichongue, disse que pelo menos 15 empresas associadas reportaram estar a registar os efeitos da pandemia, pelo facto de os seus negócios dependerem, de certa forma, dos países afectados, com destaque para a China e a vizinha África do Sul.
“Temos membros que deveriam importar materiais da China, através dos seus parceiros na África do Sul, mas que neste momento não o podem fazer”, apontou Chichongue.
O Director Executivo da ACIS destacou ainda casos de membros que pretendiam capacitar os seus colaboradores em países como China, Itália, para dar resposta às necessidades internas, mas viram-se impedidos por causa dessa situação. E isto “claramente prejudica os seus negócios”, reportou a fonte.
Perante efeitos da pandemia, cada vez mais visíveis ao nível do empresado nacional, a Associação não escondeu a sua preocupação. “Nós, como ACIS, estamos preocupados com esta situação”, afirmou Chichongue.
A ACIS ainda não calculou quanto efectivamente as empresas já perderam. Todavia, Chichongue disse que, ainda esta semana, a agremiação iria começar a contabilizar os efeitos do Covid-19 no tecido empresarial.
Para minimizar os efeitos, o Director Executivo da ACIS apelou aos empresários para buscar permanentemente informação sobre os efeitos da doença no mundo, para evitar pânico e saber perspectivar o futuro.
“O nosso apelo é de maior gestão de informação. Porque a má gestão pode aumentar cada vez mais o alarme. Aliás, é o que se tem visto no dia-a-dia. Ao nível de funcionamento interno, as empresas devem também adoptar medidas internas de saúde”, advertiu Chichongue, mesmo antes de registo de caso de Covid-19 no país.
Refira-se que o Banco de Moçambique considerou em finais de Fevereiro passado que, em caso de prolongamento do Covid-19, a longo prazo, poderá haver uma subida de preços no geral, e, particularmente, de diversos produtos que o país importa da China, onde o referido vírus surtiu em finais do ano passado.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou, esta terça-feira (10), que o novo coronavírus deve causar perdas de um trilião de USD à economia mundial em 2020. A Organização antevê a perda nesse valor, pelo facto de o impacto do vírus causar instabilidade nos mercados financeiros mundiais, preocupações sobre a cadeia de suplementos ao nível global e incerteza no preço do petróleo.
Estatísticas Globais indicavam até ontem perto de 128 mil casos infectados pelo Covid-19, em 120 territórios de todo o mundo, mais de 4700 mortes e pouco mais de 68 mil casos se recuperam. (Evaristo Chilingue)