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quarta-feira, 18 dezembro 2024 07:31

Membros da APSUSM exigem a suspensão dos descontos

Associação dos Profissionais de Saúde Unidos de Moçambique (APSUSM).jpg

Os membros da Associação dos Profissionais de Saúde Unidos de Moçambique (APSUSM) exigem a cessação do desconto de 1% dos seus salários para o pagamento das quotas. Os lesados afirmam que não querem mais sofrer descontos, pois, até hoje, não compreendem para onde e para que fim esse valor tem sido usado, uma vez que o presidente da associação, Anselmo Muchave, não consegue resolver os problemas da agremiação.

 

De acordo com vários documentos recebidos na nossa redacção, quando foi estipulado o valor, o Presidente da associação informou aos associados que o montante serviria para resolver problemas da classe, como o pagamento de advogados para o grupo, caso estes tivessem problemas com o governo. O valor também seria destinado à resolução de questões relacionadas com a transferência dos profissionais envolvidos em diferentes fases da greve da classe, a assistência médica, seguro de saúde, entre outros casos, mas nada disso foi documentado.

 

Entretanto, até hoje, Anselmo Muchave ainda não conseguiu explicar aos associados o que foi feito com todas as quotas arrecadadas em 2023, valor que, na altura, era canalizado para as suas contas privadas (como o E-mola, Mpesa e contas bancárias), antes da retenção dos descontos na fonte.

 

“Já fomos várias vezes ao Ministério da Saúde pedir a suspensão desse desconto de 1%, mas sempre recebemos uma resposta negativa do departamento de recursos humanos. Estranhamente, dizem que a cessação do desconto só será feita mediante autorização do presidente da APSUSM”, contam os profissionais de saúde da província de Maputo.

 

“Neste momento, acreditamos que o valor das quotas já ultrapassa os três milhões, porque é muito dinheiro que cada membro paga. Exigimos a cessação do desconto, pois, nunca vimos o que o presidente faz pela associação. Temos colegas que foram transferidos para o distrito, para zonas recônditas e periféricas, por terem participado da greve, e outros que enfrentaram diversos problemas, mas a associação não se preocupa em fazer absolutamente nada”.

 

Em contacto com “Carta”, o presidente da Associação afirmou que a exigência sobre a cessação dos descontos é nova, alegando que não existe documento nesse sentido e acredita que isso possa ser obra de alguém tentando agitar o grupo. “Não tive essa informação dos associados. Gostaria que esses associados apresentassem algumas provas, pois estamos a tentar desenvolver Moçambique”.

 

Para Muchave, a associação tem resolvido com o Governo diversos problemas que afligem a classe, como o aumento dos subsídios, o aumento de salários para funcionários de nível básico (de 7.000 para 18.000 Mts), o pagamento de horas extras, entre outros. “A associação está com um projecto de construção de casas para os profissionais de saúde e, quando dizem que a associação não faz nada pelos associados, isso não é verdade”.

 

O dirigente associativo afirmou que a agremiação está aberta para responder a qualquer inquietação dos profissionais de saúde, principalmente dos que pertencem à associação. Muchave deu como exemplo o pagamento de advogados para os seus associados das províncias de Tete (distrito de Doa), Inhambane (distrito de Inharrime) e Matola. (M.A.)

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