Mais de 100 alfabetizadores (responsáveis por ensinar a ler e escrever crianças, jovens e adultos) decidiram manifestar-se nesta quarta-feira (18), exigindo salários em atraso de mais de dois anos. Como sinal de protesto, os professores paralisaram as suas actividades e manifestaram-se em frente ao edifício do sector da Educação na cidade da Beira, para pressionar as autoridades competentes a solucionar o problema.
Os alfabetizadores afirmam que o governo não honra com os seus compromissos, entretanto, no fim do ano académico sempre exige a estatística sobre as pessoas formadas por este grupo. “O governo não nos paga desde 2022. No nosso grupo, existem pessoas a quem o governo deve mais de 100 mil Mts e nem sabemos se ainda vai conseguir nos pagar. Estamos a trabalhar sem nenhuma consideração, enquanto estamos a formar altos quadros que hoje são dirigentes de algumas instituições deste país”, gritam os alfabetizadores.
“Assim, o ano terminou e estão a pedir-nos a estatística do trabalho que desenvolvemos, mas em nenhum momento falam sobre o nosso dinheiro. E nós não vamos entregar nenhuma estatística enquanto não pagarem os nossos salários”, afirmam.
Tentamos ouvir a direcção distrital sobre este pendente, mas o sector recusou-se a prestar qualquer declaração à imprensa. Vale destacar que este é mais um grupo a somar-se à lista das dívidas do governo, num momento em que vários professores de escolas secundárias também decidiram boicotar a correcção de exames devido à falta de pagamento das horas extraordinárias desde 2022. (Carta)