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segunda-feira, 22 julho 2024 09:23

Falta de segurança dificulta electrificação rural em Cabo Delgado

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Os ataques terroristas que se verificam na província de Cabo Delgado, desde Outubro de 2017, têm dificultado o cumprimento do objectivo do Governo na electrificação rural, que é de iluminar todo o território nacional até 2030.

 

Segundo Alexandra Links, Directora-Geral da Engie Energy Access, uma das empresas “fora da rede” envolvidas no projecto de electrificação rural, com recurso ao sistema solar, o terrorismo tem impedido a empresa que dirige de expandir os seus serviços à província de Cabo Delgado.

 

Operando no país desde 2019, a Engie Energy Acess está presente em mais de 50 distritos do país e em todas as províncias de Moçambique, excepto na província de Cabo Delgado. “Presamos muito as questões de segurança”, explica a fonte.

 

Falando na última sexta-feira, em Maputo, no âmbito da comemoração do quinto aniversário da empresa, Links apontou igualmente a dispersão da população rural, a baixa capacidade financeira das comunidades rurais pagar os serviços, a falta de incentivos fiscais e a limitada infra-estrutura de telecomunicações para apoiar o modelo de pagamento com dinheiro móvel, como algumas das dificuldades enfrentadas pela Engie Energy Acess nos seus projectos de electrificação rural.

 

Segundo Links, desde 2019, a Engie Energy Acess investiu mais de 20 milhões de USD em todo o país, tendo alcançado mais de 230 mil famílias (perto de 1.2 milhão de pessoas), principalmente agricultores e pequenas empresas, e empregando mais de 200 profissionais a tempo inteiro em vendas, marketing, serviço de apoio ao cliente, diagnóstico de produtos e logística.

 

A gestora defende que a visão da Engie Energy Acess é de dar prioridade à electrificação rural e cumprir o objectivo de acesso universal à energia. “Esta jornada não tem sido fácil, mas tem sido incrivelmente gratificante. Somos um actor líder no mercado solar moçambicano, fornecendo soluções energéticas acessíveis, fiáveis e sustentáveis para casas, empresas e infra-estruturas”, sublinha.

 

Até ao ano de 2030, a empresa pretende levar energia “limpa, fiável e acessível” a mais de três milhões moçambicanos, segundo garantias dadas pelo CEO da companhia, Gillian-Alexadre Huart aos jornalistas. “Pretendemos impulsionar o desenvolvimento económico, através da instalação de mais de 1.000 sistemas solares empresariais e da construção de mais de 100 mini-redes em comunidades rurais de Moçambique”, assegurou, anunciando igualmente a formação de dois mil jovens da zona no norte do país, a fim de melhor equipar o crescimento do mercado a médio e longo prazo no sector das energias renováveis.

 

Refira-se que o Governo se comprometeu, em Setembro de 2017, a electrificar um total de 675 vilas do país (332 com energia hídrica e 343 com energia solar) até 2030, porém, os ataques terroristas têm dificultado o cumprimento deste plano. Aliás, o terrorismo não afecta apenas os projectos de electrificação rural “fora de rede”, mas também os da “rede nacional”, liderados pela empresa Electricidade de Moçambique. (Carta)

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