Os terroristas que ainda circulam no posto administrativo de Mbau, distrito de Mocímboa da Praia, em Cabo Delgado, escalaram na passada sexta-feira (19) a aldeia Nazimoja, onde tentaram convencer a população local a vender-lhes produtos alimentares para suprir a problemática de fome no seio daquele grupo filiado ao Estado Islâmico.
O grupo era composto por cerca de uma dezena de terroristas, a maior parte deles comunicando-se em línguas Kimuani e Kiswahili. Fontes disseram à "Carta" que, após a sua chegada [de forma pacífica], os terroristas persuadiram as pessoas para lhes vender qualquer produto alimentar, justificando que estavam a passar mal.
"Chegaram na sexta-feira, mas não fizeram mal às pessoas, só se apoderaram de alimentos e saíram", confirmou um residente de Nabubissi, em Mocímboa da Praia.
Quase todas as pessoas recusaram-se a vender quaisquer produtos alimentares aos terroristas, enquanto abandonavam as casas. Na mesma ocasião, a sua presença foi comunicada às Forças do Ruanda.
"Ninguém aceitou vender, mas devido ao medo, as pessoas saíram e eles aproveitaram para levar os produtos, sobretudo a farinha chamada mata fome recentemente oferecida à população pelo Programa Mundial de Alimentação", acrescentou outro residente.
As fontes explicaram ainda que, quando os soldados ruandeses chegaram, os terroristas já tinham abandonado a aldeia.
Contudo, devido à suspeita de que certos elementos estariam a fornecer apoio logístico aos terroristas, a deslocação das pessoas no raio das aldeias, sobretudo as do sul de Mocímboa da Praia, será feita mediante uma declaração passada pelas estruturas locais. (Carta)