O Governo de Cabo Delgado diz estar a pensar sobre como irá proceder nos próximos dias em relação aos funcionários e agentes do Estado afectos no distrito de Macomia, cuja maioria se encontra refugiada na cidade de Pemba e em outros locais. A mensagem foi transmitida aos funcionários e agentes do Estado esta quarta-feira (22) na cidade de Pemba, durante um encontro no qual as autoridades aproveitaram a ocasião para se solidarizar com os afectados do ataque terrorista de 10 de Maio corrente, que levou a uma fuga forçada.
Alguns funcionários e agentes do Estado disseram à "Carta" que por questões de segurança ainda não têm moral suficiente para regressar a Macomia, ainda que o governo possa persuadi-los para regressar.
"Ainda ontem (terça-feira), muitas pessoas dormiram no mato, porque começou a circular uma informação dando conta de que os terroristas estavam a vir. Então, muita gente foi para o mato e voltou esta manhã e fica difícil regressar a Macomia", disse um dos funcionários.
"Não é que não possamos regressar a Macomia, mas o problema é que os alvos são os militares e os funcionários e agentes do Estado", secundou outro funcionário.
Os funcionários e agentes do Estado vincaram que, mesmo que regressem aos seus postos de trabalho, alguns simplesmente irão ficar sem trabalhar "porque na administração e no registo civil, bem como na área de serviço de infra-estruturas, tudo foi destruído. É preciso um novo investimento".
Um funcionário da área de Recursos Humanos comentou que a falta de equipamento de trabalho não seria grande problema caso os funcionários e agentes do Estado regressassem, porque o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) alocou muitos computadores para os distritos afectados pelos ataques terroristas. (Carta)